Em toda eleição para deputado é a mesma coisa: uma dúzia de nomes se apresentam como candidatos a estadual ou federal, sem consultar a preferência do eleitor e sem a menor chance de se eleger. Agora, para a próxima eleição de outubro, a corrida atrás do voto vai ser pior: a demanda pelas candidaturas está aumentando em razão das bilionárias verbas do fundo eleitoral. Em todo o país serão repartidos às legendas partidárias quase R$ 5 bilhões de reais para custear as campanhas de presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais.
Em Araxá, o aumento de candidatos vai dividir os votos, o que poderá impedir a eleição de pelo menos um nome para o Congresso Nacional e outro para a Assembleia mineira. Isso porque tudo indica que a necessária união municipal das forças políticas não vai ocorrer. Dos pretendentes a postos, cada um se acha com chances, até mesmo os que já passaram por duas ou três tentativas em eleições passadas, sem êxito devido à falta de votos.
Está ocorrendo aqui um fato maquiado como estratégia eleitoral, que o eleitor poderá não perceber, e que vai interferir na próxima eleição municipal: nomes que poderiam se resguardar para disputar a eleição de prefeito em 2024 - e já lembrados com agrado em algumas áreas - estão sendo seduzidos a embarcar na aventura de uma candidatura a deputado. Não que lhes seja impedida a disputa, mas é preciso definir as reais intenções dos espertos que acenam com as propostas eleitorais: na verdade, essa é uma estratégia de limpar terreno. Alguém vai se beneficiar com o afastamento ou a "queima" de um possível concorrente para 2024.
Em meio a essa embrulhada cheia de más intenções que precede a escolha dos candidatos pelos partidos, resta ao eleitor um modo simples e certeiro para definir o voto: apurar o conhecimento que cada candidato tem dos problemas do município, nas áreas do estado e federal. Apurar se o escolhido tem noção dos caminhos a percorrer em Brasília e Belo Horizonte para dar solução a esses problemas, e se está preparado para tal. Apurar se, na trajetória das atividades políticas e (ou) profissionais exercidas junto à comunidade da qual agora pede o voto, o escolhido mostrou empatia e preocupação mais com o bem comum do que com seus interesses particulares.
Isso tudo apurado, o eleitor terá facilitada a escolha dos representantes de Araxá no Congresso Nacional e na Assembleia, sem a interferência dos aventureiros e dos espertos.