bem brasil
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Postado em: 31/10/2022 - 17:22 Última atualização: 01/11/2022 - 08:26
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E AGORA, ROMEU?

Tão logo terminou o primeiro turno da eleição presidencial, o governador reeleito Romeu Zema(Novo) anunciou apoio a Bolsonaro. Na manhã seguinte estava em Brasília, junto ao presidente e apoiadores, deixando claro que, para o segundo turno, iria se empenhar em Minas para aumentar o potencial dos votos do candidato. 

Prometeu e cumpriu: nas horas que se seguiram acompanhou o candidato pelo estado afora, desde inauguração de templo evangélico até reunião com dezenas de prefeitos de todas as regiões do estado. Transformou-se em avalista da candidatura de Bolsonaro em Minas, com boa mídia na imprensa nacional e grande repercussão no jornalismo político.

Encerrando o último ano de governo com boa avaliação, mas discreto na divulgação das ações que exercia, de repente Romeu Zema se viu alçado às manchetes dos jornais e ao horário nobre do jornalismo televisivo. O presidente Bolsonaro, é claro, adorou a situação imprevista e dela tirou todo o proveito possível, vindo a Minas várias vezes em campanha eleitoral.

Enquanto carregava o presidente candidato na campanha do segundo turno, o governador Romeu Zema, em entrevistas e redes sociais que frequenta, tecia comentários críticos e mordazes aos petistas culpando-os pela situação financeira que recebeu no estado. Curiosamente, nessas críticas ao PT, ele, como bom mineiro esperto na política, poupou o nome de Lula quase sempre, em razão dos votos Luzema que engrossaram os 56%  que teve no primeiro turno.

O governador pode exorcizar os adversários que o incomodam e escolher as alianças que o favorecem. Porém, novo na política onde milita nos últimos quatro anos, Romeu Zema foi precipitado na escolha do campo de batalha para sua guerra. Tido como pretendente na disputa para presidente em 2026, em vez de cautelosa neutralidade, ele escolheu um lado:  colocou-se como carrasco do PT e salvador de Bolsonaro, o qual esperava ter em Minas uma enxurrada de votos que não aconteceram.

Agora, o PT vencedor e Lula presidente eleito, como vai ficar o governador na gestão que se inicia em janeiro?  Nas redes sociais ele já afirmou estar aberto ao diálogo, mas o PT e os petistas, tão acidamente criticados por ele, estarão também disponíveis para dialogar?

Para governar Romeu Zema vai precisar de bom trânsito nas esferas federais. As necessidades de Minas junto a União e ao governo federal são imensas e urgentes, principalmente na infra-estrutura. Só para citar uma que nos interessa, no Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro: a duplicação da BR-262, obra do governo federal, para execução da qual ele vai precisar conversar muito com setores ministeriais, congressistas e gente do poder agora legado aos petistas.

O sucesso de suas pretensões políticas fica dependendo de sua habilidade em achar os caminhos para o bom exercício do mandato conseguido agora.

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