Paulo Henrique Martins é graduado em Filosofia pela PUC Minas e é especialista em Filosofia Clínica
Em razão da pandemia, o mundo, as instituições sociais e as relações humanas estão vivenciando uma verdadeira revolução digital, afinal, quase tudo está “online” e disponibilizado em aplicativos de celulares. Neste cenário, as Secretarias Municipais de Educação percebem-se desafiadas a conjugar e unir os processos de aprendizagem com as novas tecnologias. Mesmo com a chegada da vacina, os desafios ainda permanecem: a organização da rotina escolar, a informatização das escolas, a capacitação dos professores, a inserção de plataformas digitais na educação e o fortalecimento do setor municipal de Tecnologia da Informação.
O primeiro desafio é organizar o ensino na modalidade hibrida, ou seja, rotatividade entre ensino presencial e ensino a distância. Há meses, alguns municípios abriram as escolas e optaram pelo escalonamento – divisão – de turmas, o distanciamento das carteiras, o uso de máscaras e a higienização constante das mãos. Responsavelmente, eles seguiram todas as orientações e, inclusive, deixaram a critério dos pais a decisão de enviar ou não o filho à escola. Entretanto, mesmo realizando todas as precauções sanitárias e o cuidado na organização das salas, não impossibilitou o avanço do vírus. Logo, no prazo máximo de duas semanas, as aulas retornaram para a modalidade remota, em casa.
O segundo desafio é realizar o processo de informatização da rede de ensino. Geralmente, a escola pública possui uma quantidade mínima de computadores para uso dos professores e dos alunos e, além disso, carece de câmeras, de microfones, de modems e boa internet nas salas para a transmissão ao vivo das aulas. Em decorrência disto, as Secretarias Municipais de Educação deverão dispor de altíssimo investimento. Fica a pergunta: é melhor permanecer como está até a vacina ser eficaz ou avançar? Sem dúvidas, a informatização é uma exigência do novo cenário.
A pandemia não só testa a resistência física do ser humano como também a sua capacidade racional e emocional de encontrar soluções. O acesso à educação é um direito de todos, por isso, neste momento, a gestão política e pedagógica de cada Secretaria Municipal de Educação é importante e decisiva para garantir esse direito fundamental. A responsabilidade é de grande peso, pois, ao contrário, produzir-se-á exclusão social entre crianças e adolescentes.