Recentemente, noticiou-se o retorno às aulas na modalidade hibrida. A data está marcada para o dia 01 de março de 2021. A notícia chegou impactante e gerou um misto de sentimentos na comunidade: alegria, esperança, medo, resistência e incerteza. A bem da verdade, trata-se de uma decisão delicada, devido as variáveis a serem consideradas, a saber: a taxa de ocupação da UTI – Unidade de Tratamento Intensivo e a vacinação dos profissionais da educação.
No que diz respeito à saúde, o município de Araxá acolhe boa parte dos casos graves de COVID-19 da região. A estrutura hospitalar é adequada e passou pela ampliação dos leitos, potencializando o enfrentamento da virose. Entretanto, se as aglomerações continuarem acontecendo, a quantidade dos leitos será insuficiente. É fato: a taxa de ocupação da UTI é o indicador determinante para o retorno às aulas. Quer queira, quer não, o ambiente escolar é propício à transmissão do vírus e, na possibilidade de um surto viral dentro das unidades educativas, a saúde pública irá colapsar.
Outra variável delicada é a imunização dos profissionais da educação, partícipes ou não do grupo de risco. O programa de vacinação acontece com velocidade indesejada, quase a “conta-gotas”, mediante a um problema nacional oriundo da falta de insumos para fabricação das vacinas e politização da saúde pública. A escola – todos querem que volte – precisa garantir a vida dos seus integrantes, a vida se mantém, neste instante, por meio da vacinação.
A categoria tem reivindicado a vacina, porque o contato entre aluno e professor é considerável, mesmo na modalidade hibrida de ensino. Calcula-se que um único professor do Fundamental 2, migrando de série em série, ficará exposto a cento e vinte alunos por dia, aproximadamente. É muita exposição para ambas as partes; todos correm perigo. Por fim, vale lembrar que a categoria não se nega ao trabalho e deseja voltar com ensino presencial, desde que a vacinação aconteça a tempo.