Cooperativas credenciadas pela prefeitura não possuem cronograma fixo de coleta para atender a toda a cidade
Um problema que ainda está longe de uma solução é organização da coleta de lixo e recolhimento de materiais recicláveis em Araxá. A situação continua desgastante para a população em geral que sofre com a falta de estrutura e equipamentos necessários para a coleta seletiva realmente funcionar.
Após a retirada dos catadores do aterro sanitário com a nova administração do local, cooperativas foram credenciadas e apoiadas pela prefeitura para realizarem o trabalho de coleta no município, mas sem um cronograma, cada cooperativa opera sem a fiscalização ou definição de áreas ou bairros para o serviço, o que reflete no acumulo do lixo pelas ruas.
Rita de Cássia trabalha há dois anos como catadora de recicláveis em Araxá e afirma que a população ainda não tem a conscientização sobre a reciclagem.
“Eu vou aos bairros e pego os materiais recicláveis, muitas pessoas também me entregam. Aí, eu levo pra casa e separo para vender. Mas sempre vejo rua o material jogado de qualquer jeito. Algumas pessoas não tem conscientização de parar o lixo”, explica Rita de Cássia.
Os catadores de materiais recicláveis desempenham um papel fundamental na gestão de resíduos sólidos, atuando, em sua maioria, nas atividades da coleta seletiva, triagem, processamento e comercialização destes materiais recicláveis.
Em Araxá, a falta de campanhas para incentivar a conscientização da população sobre a importância da reciclagem e do recolhimento dos materiais periodicamente faz com que a destinação do lixo continue incorreta.
O material é coletado no carro próprio da família de forma improvisada e que demanda muitas viagens por dia para aumentar a coleta
Em 2010, a cidade chegou a receber o Prêmio Selo Amigo do catador, onde 95% da coleta da área urbana era realizada por apenas duas cooperativas, porém a realidade atual é que com mais cooperativas o serviço permanece ineficiente.
A última vez que houve a divulgação de um cronograma de recolhimento de materiais recicláveis foi em 2018, quando a Secretaria de Serviços Urbanos estipulou que as cooperativas percorressem todo o município, passando uma vez por semana em cada bairro. Foi definido que na área central, um caminhão estaria presente diariamente nos pontos mais movimentados, após o horário comercial.
Mas há muito tempo não existe uma divulgação sobre quando e onde o recolhimento dos materiais será feito, o que atrapalha os moradores na organização e na destinação correta dos materiais que são descartados juntamente com o lixo orgânico e encaminhado para o aterro sanitário. Enquanto o problema não é solucionado, os catadores autônomos seguem atuando na cidade e buscando realizar o trabalho que é de responsabilidade das cooperativas que receberam recursos do município para realizarem o trabalho de coleta.
“Levanto cedo e vou tirar o sustento. Dá pra tirar por mês uns R$ 1.200. À gente sobrevive dessa forma. É o único trabalho que temos”, enfatizou a catadora de materiais recicláveis Rita de Cássia.
Em respota ao Portal Imbiara nesta semana, a Prefeitura de Araxá informou que acompanha periodicamente o trabalho que vem sendo feito pelas cooperativas e o desenvolvimento das rotas, e que está analisando a possibilidade da renovação do convênio com as cooperativas.