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Postado em: 12/08/2022 - 17:16 Última atualização: 18/08/2022 - 14:59
Por: Bruna Isabella Silva – Portal Imbiara

Bota Fora no Distrito Industrial de Araxá será fechado

Descarte dos resíduos de construção civil terá novo local para destinação em Araxá

Área externa e interna do Bota Fora no Distrito Industrial. Fotos: Bruna Isabella/Portal Imbiara

O local conhecido como “Bota fora”, no Distrito Industrial de Araxá, vai ser fechado. A decisão é da prefeitura da cidade, que informou que o descarte de residuos de construção civil em Araxá terá um novo local. 

O "Bota fora" sempre foi cenário de descarte de lixo na entrada da cidade. Entre 2016 e 2017, a Prefeitura de Araxá foi multada pela degradação ambiental causada no local. 

A prefeitura fez um trabalho com vegetação no local para melhorar a imagem para quem chega à cidade pela BR 262, porém, os resíduos de construção civil e materiais recicláveis ainda estavam sendo descartados no local. E agora, a partir do dia 18 de agosto, ele será totalmente fechado e nenhum material poderá ser descartado no local.

A prefeitura implantou o Plano Municipal de Gestão de Resíduos de Construção Civil (RCC), que define ser obrigatoriamente destinados os RCC às áreas devidamente autorizadas e licenciadas, visando à triagem, reutilização, reciclagem, preservação ou destinação mais adequada.

A destinação de RCC em Araxá será feita na empresa MM Recicláveis. Para realizar o depósito da caçamba, a empresa estabeleceu uma taxa de R$ 75,00. Se tiver outros materiais que não sejam RCC, a taxa será R$ 150,00, pois a empresa terá o trabalho de separar os resíduos. 

Em entrevista ao programa Imbiara Notícias, da Rádio Imbiara FM 91,5, o promotor titular da 1º Promotoria de Justiça da Comarca de Araxá, Márcio Oliveira Pereira, responsável pela Curadoria do Meio Ambiente, falou sobre as tratativas que estão sendo seguidas quanto ao fechamento do “Bota fora”.

“O local chegou em um limite que não tem como colocar mais resíduo lá. Quando começaram a colocar resíduos lá, em 2010, a administração da época pensou que ia dar conta de controlar. Compraram um britador para pegar o resíduo, britar e dar outra utilidade. O britador quebrou na primeira semana. Desde então, tem sido colocado resíduo da construção civil e todo outro tipo de resíduo naquele local”, esclareceu o promotor.

“Enquanto Ministério Público nossa obrigação é cobrar que seja dada destinação correta. Como o município vai implementar é por conta da administração. Incentivar com que empresas venham e se instalem em Araxá e façam esse recolhimento, dando uma destinação, porque isso não é finalidade, não é objetivo de prefeitura administrar lixo, a obrigação de gerir resíduos é de todos”, ressaltou Márcio Oliveira.

Sobre a atuação da empresa quando apresentado o Plano Municipal, foi questionado principalmente pelos cançambeiros o porquê dessa empresa e se não haveria necessidade de licitação pela prefeitura.

“Não há necessidade de um licitação para isso. Outras empresas que queiram vir serão recebidas de braços abertos. Nós conversamos isso também com o pessoal das caçambas. Seria interessante eles montarem uma associação para gerir isso também, nós queremos que venham mais e mais empresas”, pontuou o promotor Márcio Oliveira.

A empresa MM Reciclável está instalada na região do Miguelinho, em Araxá, na saída para Belo Horizonte, e tem uma previsão de que quando estiver totalmente instalada na cidade gere de 15 a 20 empregos diretos. 

“A nossa empresa é voltada para o reaproveitamento e a reciclagem dos resíduos sólidos da construção civil. Nós vamos pegar o resíduos e transformá-los em agregados como brita, areia, rachão. Esse material reciclado pode voltar para o mercado da construção civil, com cerca de 20% a 30% mais barato. Ele só não pode ser utilizado em questões de fundação de primeira base”, explicou José Geraldo, empresário da MM Reciclável.

O proprietário ainda ressaltou que em relação a custos quer trabalhar de uma forma muito clara e  transparente. “Nós vamos fazer uma campanha de conscientização, porque existem os resíduos do RCC e outros também. Nesse primeiro momento, ficou acertado que no primeiro mês nós vamos cobrar o valor de R$ 60,00, independente se a  caçamba estiver limpa ou suja”, acrescentou.

“Nós recebemos por metro cúbico R$15,00. Agora, por exemplo, caso a pessoa chegue na empresa com três baldes de resíduos de construção civil para descartar, eu não vou cobrar isso da pessoa”, disse José Geraldo.

Segundo Rick Paranhos, secretário de Governo de Araxá, outros programas serão criados em Araxá para dar suporte aos descartes que precisam ser feitos. Segundo ele, a cidade irá implantar um Ecoponto para descarte de resíduos recicláveis e também será implantado o programa Cata treco, que terá funcionalidade pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos a fim de que qualquer tipo de material que a população tenha, como armários, fogões, portas e não tenha destinação, possa entrar em contato com a Secretaria e solicitar a recolha.

Assista à entrevista completa: