Cratera compromete casas e pessoas retiram pertences às pressas devido ao risco de novo desabamento
Os moradores da Rua Wagner Fulgêncio, no Bairro Pão de Açúcar III, em Araxá, foram surpreendidos por uma erosão que se formou após as constantes chuvas registradas na noite de sexta-feira (27) e madrugada de sábado (28). Por volta das 4h, um dos moradores, ao sair para o trabalho, identificou que quase toda a rua havia sido engolida pelo deslizamento de terra.
Imediatamente, os demais moradores foram alertados e as forças de segurança acionadas, o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar, IPDSA, Secretarias de Segurança Pública e de Obras, além dos representantes das empresas Copasa e Cemig.
Postes de iluminação e fiação foram danificados com o deslizamento de terra e serão removidos
Em entrevista ao Portal Imbiara, o subtenente Nogueira, da Defesa Civil, falou sobre as primeiras ações tomadas para isolar a área e solucionar o problema.“A Defesa Civil foi acionada e ao chegar no local tomamos o conhecimento da proporção deste deslizamento de terra, somente de rua levantamos que foi cerca de 51 metros atingidos e de imediato os órgãos municipais foram acionados. Tivemos aqui o rompimento de rede pluvial, rede esgoto, rede de agua e energia elétrica, por isso todos esses órgãos foram acionados para realizar as medidas necessárias nesse momento”, afirmou o subtenente.
As vistorias foram relizadas para definir a situação dos moradores que foram orientados a saírem do local, como é o caso de Nayane Borges, que vem enfrentando problemas estruturais no imóvel desde 2020.
“Há dois anos, a minha casa já fazia alguns barulhos e começaram a aparecer algumas fissuras. Chamamos o Corpo de Bombeiros e eles vieram aqui e nos deram um laudo de que estavam sim aparecendo as rachaduras na estrutura da casa. Após dois meses, houve a primeira erosão. Eles vieram e arrumaram, mas continuaram a aparecer as rachaduras e fissuras e nesta madrugada, quando a gente se deparou com essa nova erosão, ficamos apavorados e vimos que as rachaduras e as fissuras haviam aumentado”, disse Nayane Borges.
Nayane e o esposo Maycon acionaram na Justiça a construtora da casa, após identificar o problema
“Fico emocionada, porque não temos pra onde ir. Graças a Deus estamos com a vida intacta, mas do jeito que a gente viu aqui poderia ter acontecido uma tragédia e a gente não sabe o que faz”. Nayane Borges tem uma filha de 8 anos, que já chegou a acordar a noite com o barulho das rachaduras da casa.
A família de Nayane Borges decidiu sair da casa que está próxima da encosta com o maior risco de desabamento. Moradores providenciaram um caminhão para retirar os pertences da família, que agora aguarda ser assistida pelo munícipio até resolver a questão do imóvel.
O caminhão foi providênciado para auxiliar a família com a retirada dos pertences
A moradora disse ainda que a obra realizada no local não conteve a erosão que aos poucos foi cedendo dia após dia, até chegar a esse deslizamento maior. “Quando fizeram a obra aqui a gente já tava prevendo que o pior iria acontecer. Eles não drenaram a mina d’água que tem aqui em baixo, por isso houve o deslizamento de terra”, finaliza