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Postado em: 21/07/2023 - 08:24 Última atualização: 21/07/2023
Por: Alex Sander Xexéu - Portal Imbiara

Psicopedagoga de Araxá fala sobre aprendizado de crianças e férias escolares

Keila Oliveira conversou com a reportagem do Grupo Imbiara

Atualmente muitas crianças desenvolvem alguns problemas antes não identificados com a ciência, principalmente aqueles relacionados a problemas de aprendizagem. Entre eles estão o Transtorno de Oposição Desafiante (TOD), onde a criança adquire um comportamento agressivo. Adiante relacionado ao transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e até mesmo a Hiperatividade. 

Todos estes problemas estão ligados a forma de sociabilidade, relação com a família e com a escola. Para entender mais sobre o assunto, a reportagem do Grupo Imbiara conversou com Keila Oliveira, que é psicóloga, especialista em transtorno de desenvolvimento e psicopedagoga. A profissional disse sobre uso excessivo das tecnológicas, volta às aulas após pandemia, palmada corretiva e recreações para as férias escolares. 

Xexéu: Quais são os problemas que as crianças que chegam para você precisam desenvolver em relação ao aprendizado?

Keila Oliveira: Hoje em dia chegam muitas crianças com TDAH, com TOD, TOC, TEIA com muitos transtornos relacionados a aprendizado, como também a Dislexia, Discalculia e Disortografia. E a maioria das vezes o alerta vem das escolas que já identificam o problema. 

Xexéu: O celular está ligado a esses problemas desenvolvidos por essas crianças? 

Keila Oliveira: Sim, eu creio que sim. Com a tecnologia, com os estímulos que muitas pessoas acreditam ser positivos mas que na verdade são negativos. Uma criança que não dorme direito, uma criança que fica grudada na tela do celular e eletrônicos é uma criança que aprende menos e que apresenta um desenvolvimento menos elaborado. Proibir o celular de vez? Não, vamos buscar alternativas, colocar regras. 

Algumas brincadeiras lúdicas utilizadas para trabalhar o desenvolvimento das crianças. Fotos: Keila Oliveira

Xexéu: Recentemente saímos de uma Pandemia. Com essa volta repentina tudo é muito novo para essas crianças. O que esse contato da sociabilidade reflete em problemas na escola hoje?

Keila Oliveira: Foram 18 meses de Pandemia. A maioria das crianças que vão começar agora nunca viram a escola. As outras que estavam começando já foram inseridas no modo a distância. Na tela a escola não chamava a atenção. O que chama a atenção da criança é o desenho, por exemplo. A Pandemia contribuiu para as defasagens escolares, pois o que se apresentou era o novo. A aula no Ensino a Distância deixava mais livre para ver a aula na hora que ela quisesse, ela tirava 2 minutinhos para paradas nas aulas. Isso deixou um buraco do que deveria ser começado e como foi começado de aprendizagem. Além disso, a sociabilidade que foi conviver com o novo, um sala com 30 crianças, fazer fila e se organizar. Muitas dessas crianças estão aprendendo a viver no espaço escolar, mas muitas delas não. Por isso devemos ter esse olhar especial para essas crianças. 

Xexéu: Com um contato maior entre pais e crianças nessas férias, muito se fala em palmada corretiva. Muitas pessoas lembram que antigamente apanhavam dos pais. Quais as relações existentes na educação com uso da violência? 

Keila Oliveira: O uso da violência, no caso a palmada, ela não traz o respeito, ela traz o medo para a criança. Deve mostrar para as crianças que as coisas erradas trazem consequências negativas. Na nossa época não falávamos por medo. Hoje em dia as crianças falam e elas têm voz e vez. Então vamos trazer mais o respeito em vez da violência. 

Xexéu: Quais recreações os pais e responsáveis devem fazer com as crianças nessas férias escolares? 

Keila Oliveira: Vamos para o campinho jogar bola, fazer atividades em casa com as crianças, até mesmo assistir televisão em família é uma atividade. Jogar bolinha de gude, passear na pracinha com o papai e mamãe. 

Keila Oliveira atende na clínica Essence na avenida Divino Alves Ferreira, número 540 - Vila Padre Alaor em Araxá.