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Postado em: 24/07/2023 - 15:33 Última atualização: 24/07/2023 - 16:43
Por: Caio César/Natália Fernandes - Portal Imbiara

Levantamento da Vigilância Ambiental aponta que Araxá já tem 49 acidentes com escorpiões em 2023

Vigilância Ambiental de Araxá alerta cuidados a serem tomados com os animais que são da mesma família das aranhas

Escorpião. Foto: Secretaria Saúde MG - Divulgação

O aparecimento de escorpiões sempre foi o motivo de reclamação da comunidade no programa Imbiara Notícias, da Rádio Imbiara 91,5 FM. Esses animais causam medo e apreensão com quem se depara com os bichos. Segundo especialistas, o Brasil tem a reprodução de escorpiões nos meses de agosto e setembro, mas Araxá é um município que registra casos no ano todo. Até nesta segunda-feira (24), a Secretaria Municipal de Saúde, através da Vigilância Ambiental, registrou 49 acidentes com escorpiões, sendo que um foi mais grave com uma pessoa de 32 anos.

Durante a entrevista concedida à reportagem, a referência técnica da Vigilância Ambiental, Ana Paula Ferreira, mesmo no período considerado com reprodução de animais ser o mais crítico, o preventivo precisa ser mantido pela população o ano todo. “O preventivo sempre é a primeira ação. Nós que somos da Vigilância Ambiental focamos nisso não somente na questão dos escorpiões, mas como nas outras doenças que trabalhamos aqui na Zoonoses. Não deixe entulhos em casa. Material de construção que não for usar faça o manejo desse material e descarte de forma correta. Toda fresta que tiver nas janelas coloque uma vedação. A gente orienta também a população que pegue uma tela de nylon e coloque nesse ralinho ou uma válvula de anti-espuma. Não deixe entulho no quintal. Então, faça uma varredura”, diz Ana Paula.

Referência técnica orienta que a dedetização química deve ser evitada e não surte o efeito desejado na eliminação dos escorpiões. “Uma vez que esses animais acabam se desalojando e indo para um local. Embaixo dos escorpiões tem os quimiorreceptores que identificam a presença de substância química. Então, às vezes a pessoa que quer dedetizar e acha que vai resolver o problema e não resolve. O escorpião acaba saindo do local aonde jogou essa substância química e vai esconder onde não tem”.


A referência técnica da Vigilância Ambiental, Ana Paula Ferreira. Foto: Natália Fernandes/Portal Imbiara

Ana acrescenta que o escorpião possui uma resistência muito grande e pode ficar em um mesmo local por até seis meses sem se alimentar ou ingerir água. “Por causa disso que é ele, por exemplo, aloja em um sapato, aí a pessoa vai calçar e acontece um acidente. A gente sempre indica nunca dedetiza o local. Você pode às vezes colocar aquele gel que vende no mercado para usar contra a barata. A dedetização não vai matar o escorpião e pode provocar mais acidentes. Use uma luva para evitar acidentes quando for realizar a limpeza dos lotes”.

De acordo ainda com a referência técnica da Vigilância Ambiental, a orientação quando ocorre um acidente é encaminhar a vítima rapidamente para os cuidados médicos. “Em visitas observamos o uso de muitas técnicas de amarrar ou jogar álcool e também fazer um torniquete. A gente sempre pede que quando acontecer o acidente, jogou água e sabão e conseguiu captar o animal, leve o escorpião em um vidro bem seguro para fazer essa identificação no local da unidade de saúde. Se não, pedimos que não aguarde muito tempo. Esse tempo vai determinar a questão de um acidente leve ou grave”.

Segundo ainda os especialistas, a picada de escorpião deixa a região inchada e avermelhada. Além disso, ela provoca dor intensa e imediata. Casos graves podem, ainda, provocar aumento da frequência cardíaca, salivação aumentada, falta de ar e pressão arterial baixa. “Lembrando a população que é de preocupação de todos o estoque de soro antiescorpiônico. O Município tem esse soro e está abastecido. No caso de não haver o soro antiescorpiônico, por ser o escorpião da mesma família das aranhas, o soro antiaracnídeo pode ser utilizado. Então, é prevenção e se acontecer o acidente procure uma unidade de saúde mais próxima”, conclui Ana Paula Ferreira.