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Postado em: 21/02/2024 - 15:40 Última atualização: 22/02/2024 - 08:35
Por: Alex Sander Xexéu - Portal Imbiara

Roteirista araxaense é destaque em produção do longa "Fazendo Meu Filme" disponível na Amazon

Bruna Horta participou da roteirização do longa que estreou há uma semana

Bruna Horta nos estúdios do Grupo Imbiara de Comunicação. Foto: Alex Sander Xexéu

Com mais de 10 anos de carreira, Bruna Horta tem muito a comemorar com o lançamento do filme "Fazendo Meu Filme" na plataforma Amazon. A obra, adaptada do livro da escritora belo-horizontina Paula Pimenta, conta com o belo trabalho de roteirização de Bruna. A roteirista, nascida em Araxá, passou os primeiros anos de sua vida na cidade e agora retorna para desfrutar da tranquilidade do interior.

"Fazendo Meu Filme" apresenta o fascinante universo de Fani, uma jovem de 16 anos cheia de expectativas, que vive a dúvida entre continuar sua rotina com seus amigos, familiares, estudos e seu inesperado novo amor, ou se aventurar em outro país em um intercâmbio e mergulhar em um mundo cheio de novas possibilidades.

Bruna Horta é roteirista, storyteller e pesquisadora em Audiovisual. Formada em Publicidade pela PUC Minas, ela se especializou em Roteiro de Cinema e Televisão, atuando como roteirista e produtora desde 2012, além de lecionar roteiro na Oficina Cine Vida desde 2015. Em entrevista ao Grupo Imbiara de Comunicação, Bruna compartilha sua história, sua profissão, sua relação com o cinema e a estreia do filme.

Natural de Araxá, Bruna Horta no lançamento do "Fazendo meu Filme". Foto: Arquivo pessoal de Bruna

Xexéu: Qual é sua relação/história com o audiovisual?

Bruna: Foi na faculdade, me formei na PUC Minas, e durante o período em que estive lá, fiz estágios na PUC TV e no laboratório de vídeo, onde decidi que o audiovisual tinha tudo a ver comigo. Porém, não sabia exatamente em qual setor do audiovisual eu iria me encontrar. Descobri isso durante meu primeiro emprego, quando percebi essa paixão pelo roteiro.

Xexéu: Sobre sua trajetória após a universidade, poderia falar um pouco sobre os primeiros trabalhos realizados em Belo Horizonte até chegar ao meio do cinema e da roteirização de filmes?

Bruna: Depois de trabalhar em uma produtora, decidi me tornar freelancer e comecei a fazer roteiros próprios para diversas marcas de publicidade. Em seguida, fiz uma pós-graduação em roteiro, o que me proporcionou conexões e networking que culminaram na oportunidade de realizar a produção executiva de um longa-metragem. Depois, ingressei no Palácio das Artes em Belo Horizonte, onde fui apresentada ao mundo do Cinema. Posteriormente, produzi uma série documental para o Canal Sine Brasil TV. Logo após, entrei em uma produtora onde fiquei por quase 3 anos, e foi lá que surgiu a oportunidade de roteirizar o livro "Fazendo meu Filme", de Paula Pimenta.

Xexéu: Bruna, sobre seu processo criativo, quais são suas inspirações, o que gosta de assistir, ler e ouvir?

Bruna: Além dos filmes e séries que assisto, sou uma grande amante do cinema e das séries. Uma das minhas favoritas é Breaking Bad. Meu processo criativo é organizado e bem estabelecido, preparando cada parte do roteiro por etapas. Gosto especialmente da imersão e pesquisa, momento em que me aprofundo na demanda específica. Leio o que já foi escrito e assisto coisas relacionadas ao assunto. Além disso, gosto muito de ouvir podcasts.

Paula Pimenta, escritora do livro e a atriz Bela Fernandes. Foto: Divulgação 

Xexéu: Como você enxerga o Cinema atualmente e como percebe a recepção tanto dos mais jovens quanto dos adultos e dos mais velhos?

Bruna: O cinema está passando por um momento delicado pós-pandemia. Acredito que as pessoas consumiram muito conteúdo durante esse período e se acostumaram a ficar em casa, o que torna incerta a volta do público às salas de cinema. O valor também é um fator preponderante, com as pessoas optando por assinar streaming em detrimento de ir ao cinema. Além disso, acredito que questões geracionais também afetam, com formas rápidas de consumir conteúdo, como o TikTok, competindo pela atenção dos jovens.

Xexéu: Sobre as formas de produção e sua relação com a tecnologia, qual é sua opinião sobre a Inteligência Artificial?

Bruna: A Inteligência Artificial é um assunto delicado e polêmico. Como membro da ABRA (Associação Brasileira de Autores e Roteiristas), estamos discutindo a necessidade de uma regulamentação urgente. Existe um embate sobre direitos autorais e quais autores são inseridos na geração de conteúdo pela inteligência. No entanto, acredito que a IA pode servir como uma ferramenta em nosso trabalho, mas a empatia do roteirista não pode ser substituída.

Elenco de "Fazendo Meu Filme", no lançamento do longa. Foto: Divulgação 

Xexéu: Sobre o sucesso de "Fazendo Meu Filme" e a adaptação da personagem Fani, como foi esse processo e os primeiros contatos com a autora Paula Pimenta?

Bruna: É importante frisar que Fani é uma personagem de Paula Pimenta e apenas transpomos as linhas do livro para as telas. Foi um processo longo e delicado, mas prazeroso. Uma das abordagens que encontramos para narrar os pensamentos da personagem foi a quebra da quarta parede, permitindo que ela interaja com o público, olhando para a câmera e conversando com o espectador. Isso tem sido muito bem recebido pelo público.

"Convido todos a prestigiarem 'Fazendo Meu Filme'. Em apenas uma semana, o filme tem sido um sucesso. Classificação livre, um filme para toda a família. Valorizem o cinema nacional", conclui Bruna.