Bruna Horta participou da roteirização do longa que estreou há uma semana
Com mais de 10 anos de carreira, Bruna Horta tem muito a comemorar com o lançamento do filme "Fazendo Meu Filme" na plataforma Amazon. A obra, adaptada do livro da escritora belo-horizontina Paula Pimenta, conta com o belo trabalho de roteirização de Bruna. A roteirista, nascida em Araxá, passou os primeiros anos de sua vida na cidade e agora retorna para desfrutar da tranquilidade do interior.
"Fazendo Meu Filme" apresenta o fascinante universo de Fani, uma jovem de 16 anos cheia de expectativas, que vive a dúvida entre continuar sua rotina com seus amigos, familiares, estudos e seu inesperado novo amor, ou se aventurar em outro país em um intercâmbio e mergulhar em um mundo cheio de novas possibilidades.
Bruna Horta é roteirista, storyteller e pesquisadora em Audiovisual. Formada em Publicidade pela PUC Minas, ela se especializou em Roteiro de Cinema e Televisão, atuando como roteirista e produtora desde 2012, além de lecionar roteiro na Oficina Cine Vida desde 2015. Em entrevista ao Grupo Imbiara de Comunicação, Bruna compartilha sua história, sua profissão, sua relação com o cinema e a estreia do filme.
Natural de Araxá, Bruna Horta no lançamento do "Fazendo meu Filme". Foto: Arquivo pessoal de Bruna
Xexéu: Qual é sua relação/história com o audiovisual?
Bruna: Foi na faculdade, me formei na PUC Minas, e durante o período em que estive lá, fiz estágios na PUC TV e no laboratório de vídeo, onde decidi que o audiovisual tinha tudo a ver comigo. Porém, não sabia exatamente em qual setor do audiovisual eu iria me encontrar. Descobri isso durante meu primeiro emprego, quando percebi essa paixão pelo roteiro.
Xexéu: Sobre sua trajetória após a universidade, poderia falar um pouco sobre os primeiros trabalhos realizados em Belo Horizonte até chegar ao meio do cinema e da roteirização de filmes?
Bruna: Depois de trabalhar em uma produtora, decidi me tornar freelancer e comecei a fazer roteiros próprios para diversas marcas de publicidade. Em seguida, fiz uma pós-graduação em roteiro, o que me proporcionou conexões e networking que culminaram na oportunidade de realizar a produção executiva de um longa-metragem. Depois, ingressei no Palácio das Artes em Belo Horizonte, onde fui apresentada ao mundo do Cinema. Posteriormente, produzi uma série documental para o Canal Sine Brasil TV. Logo após, entrei em uma produtora onde fiquei por quase 3 anos, e foi lá que surgiu a oportunidade de roteirizar o livro "Fazendo meu Filme", de Paula Pimenta.
Xexéu: Bruna, sobre seu processo criativo, quais são suas inspirações, o que gosta de assistir, ler e ouvir?
Bruna: Além dos filmes e séries que assisto, sou uma grande amante do cinema e das séries. Uma das minhas favoritas é Breaking Bad. Meu processo criativo é organizado e bem estabelecido, preparando cada parte do roteiro por etapas. Gosto especialmente da imersão e pesquisa, momento em que me aprofundo na demanda específica. Leio o que já foi escrito e assisto coisas relacionadas ao assunto. Além disso, gosto muito de ouvir podcasts.
Paula Pimenta, escritora do livro e a atriz Bela Fernandes. Foto: Divulgação
Xexéu: Como você enxerga o Cinema atualmente e como percebe a recepção tanto dos mais jovens quanto dos adultos e dos mais velhos?
Bruna: O cinema está passando por um momento delicado pós-pandemia. Acredito que as pessoas consumiram muito conteúdo durante esse período e se acostumaram a ficar em casa, o que torna incerta a volta do público às salas de cinema. O valor também é um fator preponderante, com as pessoas optando por assinar streaming em detrimento de ir ao cinema. Além disso, acredito que questões geracionais também afetam, com formas rápidas de consumir conteúdo, como o TikTok, competindo pela atenção dos jovens.
Xexéu: Sobre as formas de produção e sua relação com a tecnologia, qual é sua opinião sobre a Inteligência Artificial?
Bruna: A Inteligência Artificial é um assunto delicado e polêmico. Como membro da ABRA (Associação Brasileira de Autores e Roteiristas), estamos discutindo a necessidade de uma regulamentação urgente. Existe um embate sobre direitos autorais e quais autores são inseridos na geração de conteúdo pela inteligência. No entanto, acredito que a IA pode servir como uma ferramenta em nosso trabalho, mas a empatia do roteirista não pode ser substituída.
Elenco de "Fazendo Meu Filme", no lançamento do longa. Foto: Divulgação
Xexéu: Sobre o sucesso de "Fazendo Meu Filme" e a adaptação da personagem Fani, como foi esse processo e os primeiros contatos com a autora Paula Pimenta?
Bruna: É importante frisar que Fani é uma personagem de Paula Pimenta e apenas transpomos as linhas do livro para as telas. Foi um processo longo e delicado, mas prazeroso. Uma das abordagens que encontramos para narrar os pensamentos da personagem foi a quebra da quarta parede, permitindo que ela interaja com o público, olhando para a câmera e conversando com o espectador. Isso tem sido muito bem recebido pelo público.
"Convido todos a prestigiarem 'Fazendo Meu Filme'. Em apenas uma semana, o filme tem sido um sucesso. Classificação livre, um filme para toda a família. Valorizem o cinema nacional", conclui Bruna.