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Postado em: 12/04/2024 - 18:06 Última atualização: 13/04/2024 - 15:08
Por: Bruna Isabella Silva / Portal Imbiara

"Nosso problema é muito grande", lamentam moradores sobre a falta de energia no Itaipu, distrito de Araxá

Moradores do distrito de Itaipu ficaram 24 horas sem energia entre quinta (11) e sexta (12)

Distrito de Araxá Itaipu tem enfrentado problemas recorrente com a falta de energia Foto: Arquivo Portal Imbiara

A queda de energia em Itaipu é um problema crônico enfrentado pelos residentes, agricultores e empresários locais. Na última quinta (11) e sexta-feira (12), os moradores passaram 24 horas sem o fornecimento de energia, mas não é a primeira vez que isso acontece.

O Portal Imbiara conversou com diversos moradores hoje (12), pela manhã, logo após os relatos de que a energia não havia retornado desde ontem (11) às 10h. Foi confirmado que a Escola ficou sem energia. O fornecimento só foi restabelecido no início da tarde desta sexta-feira (12), como informado pela Cemig ao nosso jornalismo, mas para alguns moradores, ainda com instabilidade.

“O que mais deixa a gente indignado é a falta de comprometimento a gente não tem onde recorrer com quem falar, por exemplo, eu estou sem energia desde ontem, aí você não consegue saber se vai voltar, para gente tentar correr atrás, resolver alguma coisa, então a gente não tem informação nenhuma”, desabafou Alexandre Honorato que há mais de 25 anos atua na produção de queijos com um produto que faz parte da Rota do queijo e já foi medalha de Ouro na França.

"Tenho queijos armazenados na câmara fria. Se a energia não é restabelecida, a qualidade deles é comprometida, perdendo clientes e credibilidade no mercado. Hoje, tive que devolver 70 kg de queijo porque estavam fora da temperatura adequada", lamentou Honorato.

"Além disso, quando falta energia, somos obrigados a recorrer ao óleo diesel do trator para acionar o gerador e continuar com a ordenha. Mas, mesmo assim, a qualidade do leite extraído não é a mesma, o que pode levar ao surgimento de doenças nas vacas. É desolador pensar que, além dos desafios cotidianos que enfrentamos como produtores, somos obrigados a lidar com essa situação sem solução à vista", acrescentou ele.

Camila Binnotto, produtora de café premiado, também enfrenta dificuldades devido à instabilidade energética. “Temos vários problemas de energia, na minha propriedade desde o ano passado já tenho mais de 40 protocolos a energia vem caindo e ficam uns dois dias sem, chegamos a ficar quatro dias e quando restabelece na minha propriedade eu tenho sobrecarga, já queimou muitos motores inclusive eu ainda tenho café que eu não consegui beneficiar porque liga o stand-up entra 293V  de energia e os motores são para 220V, queima o motor de partida, motor estabilizador, motor de sururuca eu não consigo terminar meu benefício”, ressaltou.

“Eu tenho placas solares na propriedade, mas não consigo produzir energia suficiente devido às quedas de energia ou pelo aumento que entra energia muito alta. A minha energia produzida não consegue chegar na rede da Cemig, então são vários problemas” concluiu.

Conversando com a população local, o Portal foi informado que a padaria comunitária desistiu de vender sorvete devido às perdas frequentes de mercadorias. A escola já teve computadores queimados. Os moradores perdem alimentos, eletrodomésticos, remédios que precisam de refrigeração, alguns acabam ficando sem água devido precisarem de energia. “Não são apenas quedas de energia, mas também picos constantes, às vezes várias vezes ao dia, nosso problema é muito grande", relatam os moradores do local.

Os moradores relataram que, novamente, no fim da tarde desta sexta-feira (12), ocorreu uma queda de energia que, até o fechamento desta matéria, já se prolongava por mais de uma hora.

A Cemig informou a nossa reportagem que está implementando uma série de ações para melhorar o atendimento nas áreas rurais em 2024, com um investimento total de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. O plano inclui a instalação de 3.240 novos religadores, a limpeza de mais de 43 mil km de faixa sob linhas e a inspeção de mais de 140 mil km de rede. Essas medidas visam reduzir o tempo de atendimento a ocorrências, especialmente aquelas relacionadas à vegetação e ao meio ambiente. Além disso, a empresa afirmou que entregará 38 novas subestações e ampliará suas bases operacionais para garantir uma resposta mais rápida em casos de interrupções. Dois canais exclusivos de atendimento serão disponibilizados para os clientes rurais, com foco em sindicatos e produtores independentes. O investimento total previsto até 2027 é de R$ 10,9 bilhões. Também está planejado o programa Minas Trifásico, que converterá redes elétricas monofásicas em redes trifásicas, beneficiando a qualidade e quantidade de energia fornecida às áreas rurais.