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Postado em: 15/04/2024 - 15:37 Última atualização: 16/04/2024 - 08:40
Por: Alex Sander Xexéu - Portal Imbiara

Sapateiros em Araxá, um profissional em extinção e de grande valia no mercado

O trabalho do sapateiro é considerada uma arte de cunho artesanal

Armando Gomes é sapateiro em Araxá há cerca de 28 anos. Foto: Alex Sander Xexéu

A profissão de sapateiro é considerada uma das mais antigas do mundo e, em Araxá, ainda é de grande valia no mercado. "Há mais ou menos 28 anos trabalho com essa atividade", diz Armando Gomes, sapateiro em sua loja localizada na Avenida Vereador João Sena em Araxá. A arte de consertar e até mesmo confeccionar sapatos atende um público que valoriza a recuperação de calçados de estimação.

Com uma média de 15 a 20 clientes por semana, Gomes compartilha como começou a trabalhar no ramo na juventude, quando foi chamado para trabalhar com um sapateiro. "É uma história engraçada. Eu passava vendendo chups chups e picolés, e certo dia perguntei se não precisavam de alguém para trabalhar. Com a insistência diária, o dono da sapataria me chamou para trabalhar com ele", explica.

Armando disse que por semana, atende cerca de 15 a 20 clientes. Foto: Alex Sander Xexéu

Em relação ao mercado, Armando destaca a mudança no tratamento dos calçados devido ao consumo mais descartável nos dias atuais. "Observamos que precisamos de uma nova atualização. Antigamente, usávamos apenas uma cola de sapato, hoje em dia trabalhamos com quase 5 tipos de materiais colantes. Já não é mais necessário usar apenas força para manipular a recuperação do calçado, agora é mais técnico", explica.

Com a chegada do Araxá Rodeio Show, a demanda aumenta para conserto de botas masculinas e femininas, trajes típicos da época. No entanto, segundo Armando, a demanda de trabalho é ainda maior com a chegada do inverno. "Agora, as botas chegam em grande número para revitalização", destaca.

Cléber Pinheiro, sapateiro há mais de 30 anos, compartilha sua história com a profissão. "Comecei a trabalhar com um senhor que fazia conserto de sapatos, costura, pintura, reforma de calçados, e a partir disso levei isso como profissão", diz. Ele ressalta a necessidade de adaptação aos diversos materiais de sapatos encontrados atualmente.

Cléber Pinheiro, sapateiro há mais de 30 anos em Araxá, considera seu trabalho artesanal. Foto: Alex Sander Xexéu 

Com uma clientela majoritariamente feminina, Cleber destaca o carinho e a quantidade de calçados que as mulheres possuem. "A classe feminina tem mais calçados, mas o público masculino também está reformando muitos calçados, especialmente aqueles que oferecem maior conforto", observa.

Gleice dos Santos, cliente fiel de Cleber, enfatiza a importância da profissão e do profissionalismo do sapateiro. "Sempre trago meus sapatos para ele, pois é um dos melhores profissionais que já encontrei, tanto em qualidade quanto em preço", elogia.

Gleice dos Santos, sempre leva seus sapatos e sandálias na loja de Cléber. Foto: Alex Xexéu

Cleber também concorda com Armando sobre a preferência das pessoas em tentar resolver problemas de conserto de calçado por conta própria, o que muitas vezes acaba danificando o calçado. "É uma profissão que necessita de renovação, e é importante que os jovens se interessem por ela", destaca.

A profissão de sapateiro continua a desempenhar um papel vital na comunidade, oferecendo serviços essenciais de reparo e conservação de calçados, cintos e bolsas, mantendo viva uma tradição artesanal em um mundo cada vez mais moderno.