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Postado em: 22/04/2024 - 18:16 Última atualização: 23/04/2024 - 10:24
Por: Caio César - Portal Imbiara

Cemig apresenta plano para resolver as constantes quedas de energia elétrica na zona rural de Araxá e região

O plano foi apresentado durante audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG).

Produtores de Araxá e região, além de autoridades na audiência pública da ALMG. Fotos: Caio César/Portal Imbiara

A Comissão de Minas e Energia da ALMG promoveu nesta segunda-feira (22), uma audiência pública, no auditório do Sesc, sobre a qualidade do fornecimento de energia elétrica na zona rural de Araxá e oito municípios da região, como Campos Altos, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana e Tapira, no Alto Paranaíba. A audiência contou com a participação de representantes da Cemig, que apresentaram o projeto "Cemig Agro", iniciativa classificada como a solução desses problemas de oscilação no fornecimento de energia elétrica.

A audiência foi presidida pelo deputado estadual Bosco, um dos membros da comissão que compõe a ALMG, ao lado dos deputados estaduais Maurício Lemes e Gustavo Santana, além de lideranças políticas locais e regionais.


Camila Binotto é uma das produtoras de café da região do Distrito do Itaipu, em Araxá 

A sessão foi iniciada pelo deputado Bosco, que destacou um dos principais objetivos da audiência: ouvir o produtor rural, o qual sofre mais com a queda de energia elétrica. Camila Binotto está entre esse grupo e afirma que o fornecimento está muito abaixo.

"Essa qualidade não está boa. Estamos aqui representando os produtores rurais da região do Itaipu. Desde o ano passado, em agosto, enfrentamos muitos problemas, como queima de motores. Tenho uma propriedade de café e há vezes em que ficamos até cinco dias sem energia. Na minha comunidade, além dos meus motores terem queimado, quando a energia retorna, há constantemente uma sobrecarga. Hoje, na linha de 220 volts, chega a 293 volts. Com isso, nenhum motor aguenta. Eles não estão corrigindo esse problema, além das frequentes e eventuais quedas de energia", exclama Binotto.


Reginaldo Costa e Silva é coordenador do Movimento S.O.S Represa e Afluentes, que atua em Araxá e nove cidades da região

Esse problema com a energia elétrica mobilizou movimentos regionais que buscam resolver a questão, como o Movimento SOS Represa e Afluentes. Segundo o coordenador Reginaldo Costa e Silva, essa é uma das principais questões na zona rural.

"Viemos falar em nome do grupo 'Sem Voz', que são os produtores rurais, a classe prejudicada pelos cortes de energia. O que eu não consigo entender é que a lei vale para eles (Cemig) no sentido de nós não pagarmos, mas cortam a nossa energia. Agora, se eles falham conosco, ninguém vai ressarcir o prejuízo do produtor rural", comenta.


Fernando Artur é vereador da Câmara Municipal de Ibiá, do Alto Paranaíba

Quem também esteve presente na audiência pública foi o vereador de Ibiá, Fernando Artur, conhecido como Fernandinho. Segundo o parlamentar, que já participou de audiências em Belo Horizonte, em Ibiá não é diferente e os produtores reclamam bastante dos transtornos causados pela queda de energia.

"Estamos enfrentando muita oscilação na energia elétrica. Os produtores estão perdendo muito leite e também sofrendo prejuízos com a queima dos tanques de leite. Viemos aqui hoje para reivindicar melhorias da Cemig e mais investimentos para que isso não ocorra mais".


O diretor de Relações Institucionais da Cemig, João Paulo Menna Barreto

Esse investimento mencionado pelo vereador foi apresentado pela Cemig durante a audiência pública. Conforme o projeto, a iniciativa denominada "Cemig Agro" prevê investimentos de mais de R$ 20 bilhões e pretende estabelecer um diálogo mais técnico e específico com o agricultor.

"A Cemig tem ciência dessa oscilação de energia elétrica e tem implementado o maior pacote de investimentos de sua história para melhorar o fornecimento de energia elétrica. Construímos mais de 200 subestações, inclusive entregamos recentemente uma nova subestação aqui em Araxá, disponibilizando mais cargas para que este problema seja cada vez mais distante da população em geral. Por determinação do governador Romeu Zema e do presidente da Cemig, Reynaldo Passanezzi, estamos investindo na conversão de 40 mil km de rede monofásica em trifásica e na criação de um canal exclusivo de atendimento para o agronegócio em relação à Cemig", relata o diretor de Relações Institucionais da Cemig, João Paulo Menna Barreto.

Conforme apresentado pela estatal, essa linha exclusiva para o agronegócio é o 0800 721 6600, destinado aos clientes do programa para realizar solicitações e acompanhar o andamento dos serviços. O plano dispõe de outro contato, o 0800 722 8989, para os sindicatos rurais acompanharem as condições, complexidade e prazo de normalização do serviço. A Cemig mantém as demais linhas de atendimento ativas, como o call center 116, o SMS 29810 e o Whatsapp 31 3506-1160, além das redes sociais e do aplicativo Cemig Atende.


Imagens mostram um grande público que acompanhou a sessão da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), em Araxá