O movimento busca a conquista de direitos, como a recomposição salarial que está defasada, segundo os manifestantes
Uma manifestação das forças de Segurança Pública foi realizada no início da noite de terça-feira (21) na praça Governador Valadares, na região central de Araxá. Representantes das Polícias Militar, Civil e Penal participaram do movimento, que busca melhorias para a categoria, uma temática bastante discutida em todo o estado. Segundo a organização do movimento, cerca de 200 pessoas locais e regionais se manifestaram em plena praça pública, chamando a atenção para a recomposição salarial que não ocorre há mais de sete anos.
Um dos organizadores do movimento foi o sargento Antônio Viegas, que ressaltou a importância dessa ação realizada na terra do governador Romeu Zema. “Não estamos querendo aumento. É uma recomposição salarial das perdas inflacionárias. São sete anos sem qualquer reajuste, e a inflação todo ano está aí. Teve reajuste para algumas categorias e para as forças de Segurança não teve nenhum reajuste”, comentou.
O sargento Antônio Viegas. Foto: Caio César/Portal Imbiara
De acordo com Viegas, diversas reuniões já foram feitas em torno dessa recomposição salarial prometida pelo governo do Estado. “Inclusive, em 2019, ele (Romeu Zema) prometeu um reajuste para a classe de Segurança Pública, pagou uma parcela e depois simplesmente não pagou as outras duas, já que foi dividido em três. Ele alegou que era pandemia e o Estado estava sem dinheiro e tal. Porém, recebeu verbas milionárias do governo federal nessa época e pode ver que todos os dias centenas de empresas estão migrando para Minas Gerais e isso gera impostos para o caixa do governo, então não tem desculpa. Não tem negociação com ele. As entidades de classe tentam uma reunião com ele e ele fecha todas as portas para as forças de Segurança Pública”, acrescentou.
Fabrício Santiago, policial penal e participante do movimento em Araxá, também questionou a importância da recomposição salarial no momento. “Nós vemos o governador fazendo muita propaganda com a polícia como a melhor do Brasil. Todas as estatísticas que temos são números positivos, mas se não valorizar os seus policiais, isso pode cair. Estamos aqui para que o governador perceba que os policiais estão insatisfeitos. Nosso salário está ficando para trás. Isso gera insegurança para a sociedade e para nós. Somos pais de família e não temos o que fazer. O governador tem que pôr a mão na consciência e realmente corrigir, nem que seja um pouco, essa defasagem”, destacou.
O policial penal Fabrício Santiago. Foto: Caio César/Portal Imbiara
Além da recomposição salarial, a manifestação também abordou outros pontos que desagradam as forças de Segurança Pública de todo o estado, relacionados ao Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM) e ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
“Ele está querendo aumentar a alíquota. Hoje pagamos 8% e ele quer passar para 10%, e a porcentagem da saúde quer passar para 3%. No final das contas, isso resultará em um aumento de 5,5%. Além de não dar esse reajuste, ele quer aumentar nossas despesas. A paralisação total, infelizmente, não podemos fazer. Somos um dos órgãos proibidos pela Constituição de fazer greve, mas podemos fazer só o que é previsto, ou seja, vamos trabalhar de acordo com o que for solicitado. Não vamos nos esforçar além do necessário. Essa é a meta que estamos passando para todos os militares, os policiais, os socioeducativos e os policiais penais daqui para frente”, enfatizou o sargento Antônio Viegas.
O movimento registrou a participação de cerca de 200 pessoas na praça Governador Valadares, em Araxá. Fotos: Caio César/Portal Imbiara