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Postado em: 03/06/2024 - 15:52 Última atualização: 03/06/2024 - 15:55
Por: Bruna Isabella Silva / Portal Imbiara

Professores do Cefet Araxá decidem seguir greve pela recomposição salarial e orçamentária da instituição

A exigência da recomposição orçamentaria se faz necessária para manter a estrutura da instituição e a qualidade do Ensino, explica os professores

CEFET de Araxá Foto: Cefet-MG

Professores de universidades e institutos federais decidiram continuar com a greve em busca de recomposição salarial. Os servidores pedem um aumento de 7,06% em 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em 2026. No entanto, o governo ofereceu apenas 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, recusando qualquer reajuste para este ano.

Conforme o art. 37, inciso X, da Constituição Federal, tanto os servidores públicos quanto os agentes políticos têm direito à revisão anual de sua remuneração ou subsídio.

Além da recomposição salarial, os professores reivindicam a reestruturação das carreiras e a reparação dos salários, afetados pelos anos de congelamento durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. A recomposição orçamentária para melhorar as condições de trabalho e o funcionamento das Instituições Federais de Ensino também está na pauta. Os docentes destacam a necessidade urgente de reverter a queda no orçamento das universidades federais nos últimos anos.

Em Araxá, o Cefet também aderiu à greve. Durante uma entrevista ao Imbiara Notícias, nesta segunda-feira (3) os professores expressaram suas preocupações e demandas.

Professor Paulo Soave explicou:

"É importante a gente conseguir explicar o porquê da nossa greve. Já completamos mais de um mês de greve que começamos no dia 15. Então, temos esse dever de explicar para a população. Estamos em greve em função de um desamparado total na parte da educação. Toda a educação está sendo desmantelada desde 2015. De recomposição orçamentária, só para vocês terem uma ideia, já perdemos mais de 30% do valor que recebíamos de 2015 para 2024. Se considerarmos a inflação nesse período, teremos perto de 50% de defasagem, ou seja, 50% menos do que recebíamos, o que significa 50% menos do que podemos atender. Estou falando do valor que a Universidade recebe para custeio, obras, bolsas, e o restaurante universitário."

Professor Marcos Caetano reforçou a importância da luta:

"A nossa luta é pela recomposição, pelo reajuste, e pela reestruturação de carreira. É uma luta histórica que não começa agora. As Universidades e Institutos Federais e os Cefet são as escolas mais qualificadas do Brasil porque têm um histórico de luta. Nossas carreiras, nossos prédios, cursos, cada um deles é fruto de muita luta e esforço. Às vezes, a luta implica nesse momento mais extremo que é a greve, e é o que estamos vivendo agora. Então, é uma luta que a sociedade precisa apoiar. Precisamos do apoio dos alunos, dos pais e da comunidade escolar, porque quanto mais isolados ficamos, mais demorada é a luta. A greve se estende, e o caminho para encurtá-la neste momento é a sociedade entender a greve."

Professor Álvaro Brito enfatizou a necessidade de apoio:

"É importante a sociedade entender que essa greve é algo para melhorias. Muitas vezes, a maioria das pessoas não entende que, quando se fala em greve, acham que é baderna, mas é muito mais do que isso. Estamos nessa luta pela qualidade do ensino, e do jeito que está, temos dificuldade de conseguir material para trabalhar. Os laboratórios do Cefet estão com dificuldade de material para continuar o trabalho. Às vezes, dependemos de doações de uma empresa local para poder dar aula para os alunos, e isso é absurdo. Não podemos aceitar isso."

Segundo os docentes, a continuidade da greve reflete a insatisfação dos professores com as condições atuais e a proposta do governo. A comunidade acadêmica espera que a sociedade compreenda e apoie suas reivindicações, que visam a melhoria da educação e das condições de trabalho nas Instituições Federais de Ensino.

Assista à entrevista completa: