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Postado em: 12/06/2024 - 16:23 Última atualização: 13/06/2024 - 08:40
Por: Caio César - Portal Imbiara

Extensão da UFTM em Araxá é suspensa pelo Governo Federal

Araxá não foi incluída na lista do PAC de extensão das universidades federais

A Expominas foi o local apresentado para receber a extensão da UFTM em Araxá. Foto: Caio César/Portal Imbiara

Araxá não apareceu na lista do governo federal que inclui municípios beneficiados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de extensão das universidades federais. A notícia entristeceu principalmente a comunidade acadêmica, pois a inclusão do município no PAC representaria a instalação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), que começou a ter tratativas na gestão do ex-prefeito Jeová Moreira da Costa em 2013 e retomou o tema em 2021, no primeiro ano do atual mandato do prefeito Robson Magela. Fora da lista, a extensão da UFTM fica suspensa temporariamente pelo Governo Federal.

Em entrevista concedida à Rádio Imbiara 91,5 FM, a secretária municipal de Educação, Zulma Moreira, uma das integrantes da equipe de trabalho de Araxá para trazer a UFTM ao município, comentou sobre o anúncio feito pelo governo federal no último dia 10 de junho.

“Acompanhamos com tristeza o fato de Araxá não ter sido contemplada. Na realidade, o que sabemos, não de fonte oficial, é que seriam 14 cidades e que Araxá estaria entre elas, mas, por questão de recurso financeiro, reduziram para 10 e Araxá não consta nessas 10 cidades. O critério foi o menor número de matrículas no ensino superior na região, e contemplaram Ipatinga por esse critério único. O município fez tudo o que podia e ofereceu todas as melhores condições, mas, infelizmente, não foi”, comenta a secretária.

Sem ser no PAC, Araxá pode ter um único curso

Zulma Moreira garante a continuidade dos trabalhos para viabilizar a UFTM em Araxá. “Nós continuaremos tentando porque existem novas oportunidades para o próximo ano e, além disso, existe uma contrapartida oferecida em Brasília (DF), que seria a questão de trazer um curso não dentro do PAC. Aí tem que ser uma questão a ser analisada. Vamos estudar para ver se é viável para o município. O pessoal da UFTM ficou muito chateado no momento do anúncio, mas nada impede que a gente tente de novo”, enfatiza.

Segundo a secretária, esse único curso demandaria uma estrutura menor de investimento. “Inclusive, teve a questão de falar e vincular a Expominas a essa oferta de um curso único, então são questões que têm que ser verificadas. Se Araxá fosse contemplada com o PAC, teríamos certeza de como funcionaria nos próximos anos e era importante que fosse pelo PAC, mas será que existe outra possibilidade? Vamos analisar e, quando fizermos uma análise criteriosa, comunicaremos a vocês”.


A secretária municipal de Educação, Zulma Moreira. Foto: Caio César/Portal Imbiara

Condições ofertadas por Araxá para sediar a extensão da UFTM

De acordo com a secretária, a cidade contemplada pelo PAC traz todas as previsões de orçamento e de possibilidade de contratação de professores dentro de um projeto pré-definido, deixando o município muito mais tranquilo. “Agora existe uma outra proposta de trazer um curso para começar e aguardar o ano que vem. Essas questões vamos definir junto à administração e ver quais são as possibilidades. De maneira nenhuma o sonho vai embora. Ficamos tristes, mas é aquele negócio. Você perde um momento, mas pode estar pleiteando porque as condições que o município de Araxá oferece são diferenciadas”, destaca Moreira.

Zulma enumera quais seriam essas condições propostas para sediar uma extensão da UFTM. “Araxá oferece o campus onde é o Expominas, oferecemos o apoio do município, todos os viés políticos se interessaram e correram atrás disso. Não faltou empenho do município e nem da administração municipal, e tudo que podia ser oferecido nós oferecemos. Fomos aprovados no MEC. São várias instâncias de credenciamento. A decisão ficou em torno da Casa Civil, em questão de recurso financeiro, e resolveram diminuir”.

Para Zulma Moreira, a decisão do Governo Federal foi tomada de forma técnica

A secretária acredita que a não inclusão de Araxá na lista do PAC de extensão das universidades federais inicialmente foi tomada a partir de um viés técnico. “Foi uma questão do número de matrículas no ensino superior na região. Até eu tive a oportunidade de conferir e realmente Ipatinga tem um número menor do que a região de Araxá. Quando vamos a Brasília e temos o representante de uma cidade, você já tem o gabinete certo para ir, já tem as fontes certas para procurar e, com certeza, isso fez falta. É algo para ser pensado para as próximas eleições (de 2026 para deputados federais, deputados estaduais, governadores e senadores). O município tem que ter um representante no governo federal e no governo estadual, o que, com certeza, abre caminhos”, enfatiza a secretária.

“Eu vejo que perdemos lá atrás quando perdemos para Rio Paranaíba. Na verdade, foi lá atrás que a gente perdeu. Se hoje você for ver, temos Uberlândia, Uberaba e várias universidades federais aqui perto que fazem basicamente um atendimento. Araxá merecia pela quantidade de habitantes, por tudo, mas é uma luta que acho que a derrota inicial foi lá atrás quando a gente perdeu para uma cidade menor que Araxá. Agora temos que correr atrás e tentar resgatar isso”, salienta Zulma Moreira.