Araxá não foi incluída na lista do PAC de extensão das universidades federais
Araxá não apareceu na lista do governo federal que inclui municípios beneficiados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de extensão das universidades federais. A notícia entristeceu principalmente a comunidade acadêmica, pois a inclusão do município no PAC representaria a instalação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), que começou a ter tratativas na gestão do ex-prefeito Jeová Moreira da Costa em 2013 e retomou o tema em 2021, no primeiro ano do atual mandato do prefeito Robson Magela. Fora da lista, a extensão da UFTM fica suspensa temporariamente pelo Governo Federal.
Em entrevista concedida à Rádio Imbiara 91,5 FM, a secretária municipal de Educação, Zulma Moreira, uma das integrantes da equipe de trabalho de Araxá para trazer a UFTM ao município, comentou sobre o anúncio feito pelo governo federal no último dia 10 de junho.
“Acompanhamos com tristeza o fato de Araxá não ter sido contemplada. Na realidade, o que sabemos, não de fonte oficial, é que seriam 14 cidades e que Araxá estaria entre elas, mas, por questão de recurso financeiro, reduziram para 10 e Araxá não consta nessas 10 cidades. O critério foi o menor número de matrículas no ensino superior na região, e contemplaram Ipatinga por esse critério único. O município fez tudo o que podia e ofereceu todas as melhores condições, mas, infelizmente, não foi”, comenta a secretária.
Sem ser no PAC, Araxá pode ter um único curso
Zulma Moreira garante a continuidade dos trabalhos para viabilizar a UFTM em Araxá. “Nós continuaremos tentando porque existem novas oportunidades para o próximo ano e, além disso, existe uma contrapartida oferecida em Brasília (DF), que seria a questão de trazer um curso não dentro do PAC. Aí tem que ser uma questão a ser analisada. Vamos estudar para ver se é viável para o município. O pessoal da UFTM ficou muito chateado no momento do anúncio, mas nada impede que a gente tente de novo”, enfatiza.
Segundo a secretária, esse único curso demandaria uma estrutura menor de investimento. “Inclusive, teve a questão de falar e vincular a Expominas a essa oferta de um curso único, então são questões que têm que ser verificadas. Se Araxá fosse contemplada com o PAC, teríamos certeza de como funcionaria nos próximos anos e era importante que fosse pelo PAC, mas será que existe outra possibilidade? Vamos analisar e, quando fizermos uma análise criteriosa, comunicaremos a vocês”.
A secretária municipal de Educação, Zulma Moreira. Foto: Caio César/Portal Imbiara
Condições ofertadas por Araxá para sediar a extensão da UFTM
De acordo com a secretária, a cidade contemplada pelo PAC traz todas as previsões de orçamento e de possibilidade de contratação de professores dentro de um projeto pré-definido, deixando o município muito mais tranquilo. “Agora existe uma outra proposta de trazer um curso para começar e aguardar o ano que vem. Essas questões vamos definir junto à administração e ver quais são as possibilidades. De maneira nenhuma o sonho vai embora. Ficamos tristes, mas é aquele negócio. Você perde um momento, mas pode estar pleiteando porque as condições que o município de Araxá oferece são diferenciadas”, destaca Moreira.
Zulma enumera quais seriam essas condições propostas para sediar uma extensão da UFTM. “Araxá oferece o campus onde é o Expominas, oferecemos o apoio do município, todos os viés políticos se interessaram e correram atrás disso. Não faltou empenho do município e nem da administração municipal, e tudo que podia ser oferecido nós oferecemos. Fomos aprovados no MEC. São várias instâncias de credenciamento. A decisão ficou em torno da Casa Civil, em questão de recurso financeiro, e resolveram diminuir”.
Para Zulma Moreira, a decisão do Governo Federal foi tomada de forma técnica
A secretária acredita que a não inclusão de Araxá na lista do PAC de extensão das universidades federais inicialmente foi tomada a partir de um viés técnico. “Foi uma questão do número de matrículas no ensino superior na região. Até eu tive a oportunidade de conferir e realmente Ipatinga tem um número menor do que a região de Araxá. Quando vamos a Brasília e temos o representante de uma cidade, você já tem o gabinete certo para ir, já tem as fontes certas para procurar e, com certeza, isso fez falta. É algo para ser pensado para as próximas eleições (de 2026 para deputados federais, deputados estaduais, governadores e senadores). O município tem que ter um representante no governo federal e no governo estadual, o que, com certeza, abre caminhos”, enfatiza a secretária.
“Eu vejo que perdemos lá atrás quando perdemos para Rio Paranaíba. Na verdade, foi lá atrás que a gente perdeu. Se hoje você for ver, temos Uberlândia, Uberaba e várias universidades federais aqui perto que fazem basicamente um atendimento. Araxá merecia pela quantidade de habitantes, por tudo, mas é uma luta que acho que a derrota inicial foi lá atrás quando a gente perdeu para uma cidade menor que Araxá. Agora temos que correr atrás e tentar resgatar isso”, salienta Zulma Moreira.