Veículo faz parte do programa de baterias da empresa, intensificado em 2018 quando houve a assinatura de contrato com a Toshiba
A produção do primeiro ônibus elétrico com nióbio de Araxá recebeu investimentos da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) para que a ideia do veículo saísse da teoria para a prática. Durante entrevista coletiva concedida à imprensa nesta quarta-feira (19), o CEO da CBMM, Ricardo Lima, esclareceu sobre o total de investimentos aplicados e afirmou que o veículo faz parte do programa de baterias desenvolvido pela empresa.
Segundo Lima, somente pelo programa, o investimento girou em torno de R$ 60 a 80 milhões por ano. “Esse programa começou a ser desenvolvido de forma mais intensa em 2018, quando assinamos o contrato com a Toshiba. Hoje nós temos 42 projetos que são desenvolvidos simultaneamente. No ano de 2023, a CBMM investiu R$ 230 milhões em pesquisas e desenvolvimento, dos quais R$ 80 milhões em baterias e R$ 150 milhões em outras aplicações, nas quais o aço ainda predomina”, detalha o CEO da CBMM.
O SEO da CBMM, Ricardo Lima, em discurso durante o lançamento de ônibus elétrico com nióbio de Araxá. Foto: Caio César/Portal Imbiara
De acordo com o gerente de produtos de baterias da empresa, Rogério Ribas, o projeto do ônibus elétrico mostrou que o nióbio é um elemento muito bom para conferir propriedades únicas às baterias de lítio, um metal alcalino de cor prateada, sendo o mais leve dos metais e um dos elementos sólidos menos densos. “As propriedades incluem segurança, durabilidade e a grande capacidade de recarga ultrarrápida dessas baterias. Hoje, uma bateria convencional leva horas para ser carregada. Em uma demonstração, vimos que o nosso ônibus carregou de 20% para 100% da carga em 8 minutos e 37 segundos, ou seja, em menos de 10 minutos”, diz Ribas.
O próximo passo do projeto, desenvolvido em parceria com a CBMM, Volkswagen Ônibus e Caminhões e a Toshiba, é a realização de testes que devem durar inicialmente 12 meses. “A expectativa é que operemos de forma ininterrupta nesse período aqui em Araxá com esse veículo, para gerar dados consistentes e podermos ajustar a tecnologia para levá-la ao mercado. A principal diferença para um ônibus comum está no tamanho das baterias e na capacidade de recarga rápida. É um veículo mais leve e de menor custo. O desenvolvimento de novos veículos automotivos leva cerca de 3 a 4 anos. Queremos dar o próximo passo, que é partir para uma pequena frota também em ambiente controlado nos próximos 12 a 24 meses”, explica o gerente de produtos de baterias da CBMM, Rogério Ribas.
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O gerente de produtos de baterias da CBMM, Rogério Ribas. Foto: Caio César/Portal Imbiara