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Postado em: 23/08/2024 - 18:10 Última atualização: 23/08/2024 - 18:18
Por: Manu Chagas - Portal Imbiara

Psicóloga explica sobre as principais formas de violência psicológica em relacionamentos conjugais

Profissional alerta sobre a importância de reconhecer sinais de abuso e buscar ajuda antes que a situação se agrave

Campanha Agosto Lilás é tema na Rádio Imbiara. Arte: Manu Chagas

Nesta sexta-feira (23), Dia Estadual de Combate ao Feminicídio em Minas Gerais, a Rádio Imbiara recebeu a psicóloga Ana Flávia Prado, que reforçou a importância de observar todos os sinais em um relacionamento para evitar que a violência chegue a extremos.

A violência doméstica é um problema grave que afeta milhões de mulheres, muitas vezes começando de forma sutil e quase imperceptível. Em entrevista, a psicóloga destacou a importância de entender como a confiança, essencial em qualquer relacionamento, é gradualmente destruída quando o parceiro adota comportamentos abusivos.

"Quando as pessoas estão juntas num relacionamento, elas compartilham a confiança uma na outra. Quando esse homem começa a ser agressivo verbalmente, psicologicamente, essa confiança vai sendo quebrada. Mas até que essa mulher entenda que não existe mais aquela confiança, que não é mais aquela pessoa que ela conheceu, leva um certo tempo", explica Ana Flávia.

Para mulheres em situação de vulnerabilidade, reconhecer os sinais de um relacionamento abusivo pode ser especialmente difícil. A psicóloga observa que é comum haver uma diferença entre as palavras e as ações do agressor, o que complica ainda mais a identificação do abuso. Inicialmente, o comportamento agressivo se manifesta de maneira sutil, como pequenas ofensas ou pressões psicológicas que, devido à confiança no parceiro, muitas vezes são ignoradas. Com o tempo, entretanto, essas atitudes se tornam cada vez mais frequentes e violentas.

Violência psicólogica é uma das violências sofridas por mulheres que vivem um relacionamento abusivo. Foto: Portal Imbiara

É essencial que as vítimas não enfrentem essa situação sozinhas. Ana Flávia recomenda a busca por uma rede de apoio que pode incluir amigos, familiares, a polícia e órgãos de assistência social municipal.

A psicóloga também alerta para as mulheres que sofrem de dependência emocional e têm receio de ficar sozinhas. "Indico terapia, conversar com um profissional e entender por que ela sente essa necessidade de estar num relacionamento, mesmo que ele seja abusivo. Só um profissional da saúde mental vai poder ajudar nesse caso", aconselha.

Outro aspecto preocupante que foi abordado é o efeito da violência doméstica sobre as crianças. Quando presenciam os conflitos entre os pais, elas são diretamente impactadas, o que pode prejudicar seu desenvolvimento emocional e psicológico, segundo Ana Flávia.

A psicóloga argumenta que as mulheres que retornam para seus agressores não devem ser responsabilizadas pelo ciclo de violência. Muitas vezes, elas voltam acreditando nas promessas de mudança do parceiro e por causa do forte vínculo emocional que possuem. É importante entender que essas mulheres estão sendo vítimas de manipulação e abuso contínuo.

Confira os principais canais de denúncia e redes de apoio:

  • Disque 190 - para flagrantes 
  • Disque 180 - para denunciar especificamente a violência doméstica
  • DIsque 181 - para qualquer denúncia
  • Disque 100 - para denunciar violação de direitos humanos
  • WhatsApp PPVD de Araxá (34) 9 9992-1190 - denúncias, agendar atendimento e tirar dúvidas
  • Delegacia de Orientação e Proteção à Família - Rua Cecílio Salomão, 110, Centro - Araxá 

 

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