Anna Luíza abordou os impactos psicológicos do envelhecimento e compartilhou experiências e desafios enfrentados por quem ultrapassa os 60 anos de idade
O programa Vida Ativa 60+, transmitido pela Rádio Imbiara, trouxe nesta quarta-feira (23) uma entrevista especial com a psicóloga Anna Luiza Albuquerque, da clínica Max Humman Especialista no atendimento a idosos, Anna Luíza abordou os impactos psicológicos do envelhecimento e compartilhou experiências e desafios enfrentados por quem ultrapassa os 60 anos de idade.
Com apresentação de Rogério Farah e Alex Xexéu, destacando a importância do cuidado com a saúde mental na terceira idade, num momento em que o tema também ganha atenção no cenário nacional. Coincidentemente, no mesmo dia, a Câmara dos Deputados promoveu audiência pública para discutir a saúde mental dos idosos e o atendimento nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).
Durante a conversa, a psicóloga ressaltou que o envelhecimento, embora natural, carrega mudanças profundas que podem impactar o bem-estar emocional. “Os idosos falam muito sobre perdas: de entes queridos, da mobilidade e da autonomia. Também expressam frequentemente sentimentos de solidão, mesmo quando cercados por familiares”, comentou Anna Luíza.
Ela explicou que grande parte do sofrimento psicológico nesta faixa etária está ligado à falta de escuta ativa. “O que muitos idosos querem, na verdade, é serem ouvidos com atenção, algo cada vez mais raro no mundo agitado e digitalizado em que vivemos”, apontou.
A profissional também compartilhou um pouco de sua trajetória, revelando que a escolha pela psicologia veio ainda na adolescência, influenciada por um teste vocacional. Desde então, formou-se na área e, há um ano e meio, dedica-se ao atendimento de idosos, uma vivência que considera transformadora.
“Eles não são difíceis. Difíceis somos nós, que muitas vezes não conseguimos compreendê-los”, destacou, com sensibilidade.
A entrevista abordou ainda as principais queixas apresentadas nos atendimentos clínicos, como depressão, ansiedade, luto e medo do futuro. Segundo Ana Luíza, muitos idosos vivem com a sensação de estar apenas "esperando a hora", como se a vida já tivesse passado. “O passado é lembrado com saudade. O futuro, muitas vezes, com medo”, afirmou.
Além disso, a psicóloga comentou a dificuldade de adaptação a mudanças, sobretudo no convívio familiar, e defendeu a importância de manter os vínculos sociais e atividades que estimulem corpo e mente. “Parar de trabalhar não é o mesmo que se inativar. O voluntariado, por exemplo, é uma forma de se manter ativo e útil”, sugeriu.
Um momento emocionante do programa foi a participação da ouvinte Fátima, de 66 anos, que compartilhou sua decisão de iniciar o curso de Psicologia este ano. "Sempre me procuraram para conversar. Agora, quero estudar para ajudar com mais segurança", disse ela.
Anna Luíza parabenizou Fátima e reforçou a importância da autonomia e da busca contínua por conhecimento. “Nunca é tarde para aprender. A mente precisa estar sempre ativa”, concluiu.
Ao fim da entrevista, os apresentadores reforçaram o convite para que a população continue participando do programa e buscando informação sobre saúde mental. “Vida Ativa 60+” é um espaço dedicado à cidadania, bem-estar e qualidade de vida para uma geração que segue em movimento.