Em Araxá, os dados do estudo foram apresentados pela vereadora Maristela Dutra, que chamou atenção para a gravidade da situação
Um levantamento nacional divulgado em outubro de 2024 revelou um dado preocupante: Araxá está entre as 20 piores cidades do Brasil para a vida das mulheres. A pesquisa, conduzida pela organização Tewá 225, avaliou 319 municípios com mais de 100 mil habitantes e classificou Araxá na 16ª posição entre as piores, com nota 24,00, considerada “muito baixa” no Índice de Igualdade de Gênero.
Em Araxá, os dados foram apresentados pela vereadora Maristela Dutra durante reunião da Câmara de Vereadores da última terça-feira (24), que usou a tribuna da Câmara Municipal para chamar atenção à gravidade da situação.
Nova legislatura terá menos mulheres
A nova composição da Câmara Municipal de Araxá, que tomou posse em 2025, tem apenas duas mulheres entre os 15 vereadores: Fernanda Castelha (PDT), reeleita com 1.898 votos, e a própria Maristela Dutra (PRD), reeleita com 627 votos. Isso representa uma participação feminina de aproximadamente 13% no próximo mandato — uma queda em relação aos 20% atuais, já que até o fim de 2024 a Câmara conta com três vereadoras: além de Fernanda e Maristela, também ocupa uma cadeira a vereadora Leni Nobre (PT).
Essa diminuição em Araxá reflete uma tendência nacional observada nas eleições municipais de 2024. Apesar do aumento nas candidaturas femininas, o número de mulheres eleitas permanece baixo.
Desigualdade persiste em todo o Brasil
Em Minas Gerais, os dados preliminares indicam que a representatividade feminina segue estagnada. Em 2020, apenas 17% dos eleitos para as câmaras municipais no estado eram mulheres. As projeções para 2024 mostram que a proporção se mantém. Nacionalmente, a participação feminina nas câmaras foi de 16% em 2020, mesmo com a obrigatoriedade legal de 30% de candidaturas de mulheres. O grande desafio continua sendo transformar as candidaturas em mandatos ocupados.
O que diz o índice ODS 5
O estudo utilizou como base o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR), focando no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (ODS 5), que mede a igualdade de gênero. Araxá teve desempenho “muito baixo” em vários critérios, como:
Taxa de feminicídio;
Desigualdade salarial entre homens e mulheres;
Baixa representatividade feminina na política local;
Alto número de jovens mulheres que não estudam nem trabalham.
Acesse a pesquisa AQUI.