Taxa de mortalidade das pequenas empresas no Brasil chega a 30%, segundo o Sebrae, e falta de preparo é a principal causa
O programa Conexão Imbiara – Economia e Negócios, teve como tema nesta quinta-feira (24) a alta taxa de mortalidade das pequenas empresas no Brasil, com dados do Sebrae que revelam que até 30% dos pequenos negócios fecham antes de completar 5 anos. Para aprofundar esse cenário e discutir caminhos para o fortalecimento do empreendedorismo, o programa contou coma presença do professor Álvaro Francisco de Brito Júnior, do Cefet-MG Araxá.
Álvaro, que tem 56 anos, é natural de Patrocínio, casado, pai de uma filha, formado em Matemática e Administração, e atua há mais de 35 anos no mercado profissional. No Cefet, instituição que está há 115 anos em Minas Gerais e 33 anos em Araxá, ele é professor, chefe de departamento e coordenador de curso.
Durante o programa, o economista Silvio Gonçalves destacou que, segundo o Sebrae, a taxa de mortalidade chega a 29% entre microempreendedores individuais (MEIs), 22% entre microempresas e 17% nas empresas de pequeno porte. A maioria dos empreendedores que encerram seus negócios não tinham preparo suficiente, abriram por necessidade, não buscaram capacitação e enfrentaram dificuldades com acesso ao crédito e falta de capital de giro.
"O Brasil é empreendedor, mas falta gestão"
O professor Álvaro reforçou que o brasileiro tem uma forte veia empreendedora, mas falta conhecimento prático de gestão. Ele alertou que muitos jovens não são preparados para lidar com planejamento, finanças e execução de um plano de negócios. “A estrutura de gestão precisa ser trabalhada desde cedo. Há muitos projetos bons nos TCCs que nunca saem do papel”, afirmou.
Álvaro também comentou sobre a cultura do “abrir e esperar”, sem planejamento. Segundo ele, educação financeira e capacitação em gestão deveriam fazer parte da formação básica dos brasileiros. "É preciso entender o mercado, buscar dados, se preparar para gerir", explicou.
CBMM incentiva novos negócios em Araxá
Durante o programa, foi destacado o papel de grandes empresas no incentivo ao empreendedorismo local. A CBMM está com inscrições abertas para a segunda edição do programa Vai Que Dá – Arachar, que oferece consultoria em gestão e até R$ 50 mil em aporte financeiro para negócios nas áreas de turismo, comércio, artesanato e serviços. A iniciativa busca fomentar a economia local e incentivar o surgimento de empresas mais estruturadas.
Educação técnica e espírito empreendedor
O professor ainda compartilhou experiências no Cefet Araxá, onde os alunos iniciam os estudos técnicos a partir dos 13 anos. A instituição oferece cursos de eletrônica, mineração, mecânica e edificações, além de graduação e pós-graduação. Álvaro defende que o TCC deve ser visto como ponto de partida para projetos reais, e não apenas como exigência acadêmica. “A educação técnica forma para o mercado, mas também pode inspirar empreendedores”, destacou.