Mais pets em Araxá elevam procura por cremação, mas custo ainda é alto
Em Araxá, o número de animais de estimação cresceu muito nos últimos anos. Com isso, também aumentou a preocupação com o destino correto dos pets após o óbito. O médico veterinário Emílio Faria, proprietário da clínica Pet House e da Equality, alerta que muitos tutores ainda não sabem como proceder quando perdem seus animais.
“Enterrar em casa ou em terrenos baldios não é permitido. A lei ambiental não permite por risco de contaminação. Por isso, a gente orienta os tutores sobre as opções corretas”, explicou Emílio, em entrevista ao Grupo Imbiara.
Hoje, segundo ele, as alternativas mais indicadas são cremação ou incineração, feitas por empresas especializadas. A Pet House não realiza esses procedimentos diretamente, mas encaminha os tutores.
“Na cremação, o tutor pode escolher entre a cremação coletiva, mais acessível, ou a individual, onde recebe as cinzas de volta. É uma forma de homenagear o animal e também cuidar do meio ambiente”, disse.
Médico veterinário Emílio Faria, proprietário da clínica Pet House e da Equality. Foto: Alex Xexéu
Os custos, no entanto, ainda são altos. “Uma cremação coletiva fica em torno de R$ 400 a R$ 500. Já a individual pode passar de R$ 1.200 a R$ 1.500, dependendo do peso do animal. Isso afasta muita gente.”
Há também a opção da incineração, que é diferente da cremação. “A incineração é feita junto com resíduos hospitalares, como algodão e agulhas. O animal é colocado no forno com esses materiais. É mais barata, mas o tutor não recebe as cinzas. E ainda assim é segura para o meio ambiente.”
O veterinário defende que o futuro em Araxá passa pela criação de um crematório local, mas reconhece os obstáculos. “A gente já estudou a ideia, mas um forno precisa de certificações ambientais, filtros de emissão de gases, e isso tudo encarece o processo. É um investimento alto. Mas eu acredito que Araxá precisa caminhar para isso.”
Ele finaliza com um apelo ao poder público e à população. “Estamos falando de saúde pública e de respeito com os animais. O que não pode é o tutor descartar de forma irregular. A cidade já tem um volume grande de pets. É preciso organizar esse processo.”