Atualmente o principal problema da entidade hospitalar é o seu fluxo de caixa
O Presidente do Conselho Deliberativo em exercício da Santa Casa, Celso Alexandre, concedeu uma entrevista ao Grupo Imbiara de Comunicação, na última terça-feira (27) e falou sobre diversos assuntos voltados para a entidade hospitalar como o que esperam da próxima administração municipal, as melhorias necessárias e as despesas da Santa Casa.
De acordo com Celso Alexandre, a entidade tem um déficit mensal e uma dívida muito grande. “As despesas da Santa Casa em 2019 somaram mais de 21 milhões e a receita foi mais de 17 milhões. O ano passado a Santa Casa fechou o seu caixa com um resultado negativo de 4 milhões, o que representa uma média de 360 mil por mês. Esse valor já tinha sido identificado em um estudo que o Ministério Público pediu para fazer, foi executado pela Federassantas que é um órgão de assistência ao Ministério Público que reúne as entidades hospitalares beneficentes e eles fizeram um levantamento e demonstraram exatamente isso”.
O Presidente do Conselho Deliberativo em exercício da Santa Casa contou que atualmente o principal problema da entidade hospitalar é o seu fluxo de caixa. “Nós não temos recursos para pagar as nossas despesas. Nós estamos com uma dívida muito grande e uma receita muito pequena”.
Celso Alexandre ressaltou que os problemas da Santa Casa são causados por venderem serviços abaixo do preço de custo. “O nosso principal contratador é o SUS, ele representa 80% do faturamento da Santa Casa, é um cliente, vamos dizer assim, importante, que só que é um ‘cliente’ que paga muito mal, pela estrutura que existe no país, a muito tempo, a tabela SUS está defasada há muitos anos e a gente vende um serviço abaixo do preço de custo e isso somado mês a mês, gera um déficit grande”.
O Presidente do Conselho Deliberativo em exercício da Santa Casa, contou que a solução é vender o serviço pelo menos, a preço de custo. “Nenhuma empresa, nenhuma entidade, sobrevive vendendo o seu serviço ou produto abaixo do custo”.
Celso Alexandre contou que no ano passado os representantes da Santa Casa mostraram um estudo para a prefeitura municipal, que é o agente local do SUS no município e foi reivindicado que na renovação do contrato do SUS, houvesse um complemento por parte do município da diferença da tabela SUS e da tabela de custos da Santa Casa. “O município fez um estudo com todo interesse em nos ajudar a resolver e nos propôs que ela só conseguiriam reajustar a tabela em 51% e assim foi feito. Já houve uma diminuição do déficit, mas ainda não foi suficiente”.
Ouça a entrevista: