Os kits incluem sedativos usados em casos graves da doença; os medicamentos foram encaminhados ao estado de Minas Gerais através do Ministério da Saúde
Na última sexta-feira (2), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) recebeu do Ministério da Saúde, um novo quantitativo dos medicamentos utilizados para manter a sedação de pacientes com Covid-19. Conhecidos como “kit intubação”, os bloqueadores neuromusculares são disponibilizados para instituições que tiveram aumento considerável do consumo e que têm estoques suficientes apenas para quatro dias.
Araxá foi contemplada com a segunda remessa dos medicamentos, juntamente com outras 39 cidades de 12 regiões. Segundo Marco Aurélio Arantes, diretor da Santa Casa de Misericórdia, hospital referência do tratamento no município, a medicação que chegou ao hospital no fim de semana é o Cloridrato de Midazolam injetável apenas um dos medicamentos que compõem o kit. o Midazolam é uma droga indutora de sono de ação curta e indicada a pacientes adultos, pediátricos e neonatos para sedação da consciência antes e durante procedimentos diagnósticos ou terapêuticos com ou sem anestesia local.
De acordo com informações da Secretaria de Estado de Saúde, os medicamentos foram destinados a 15 hospitais de oito macrorregionais: Centro, Leste, Oeste, Sul, Sudeste, Leste do Sul, Norte, Centro-Sul.
Todas as instituições fazem parte do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos em Saúde (CNES). Em pronunciamento, o diretor de Medicamentos Básicos da SES-MG falou sobre a logística de entrega. “Semanalmente, os hospitais informam à Secretaria sobre seus estoques. Aqueles que estão com quantitativos menores do que para uma semana, buscamos atender dentro da disponibilidade, o mais rápido possível”, informou, Jans Bastos Izidoro.
Em entrevista ao Portal Imbiara, o diretor técnico da Santa Casa de Araxá, Leandro Gustavo de Oliveira, falou sobre a demanda e o estoque de segurança que é feito para o período de 30 dias, e os desafios enfrentados diariamente pelos profissionais da unidade.
"Nesse período de pandemia o grande gargalo que estamos enfrentando no mercado é a indisponibilidade na industria farmacêutica. Então, nós enquanto compradores, temos o recurso financeiro. Entretanto, o mercado está indisponível para fornecer essas medicações. Apesar de trabalharmos com estoque sempre em torno de 30 dias, o estoque atual das drogas que compoem o kit intubação, essenciais para a inibição de sensações desagradaveis, nossa realidade é um estoque para sete a dez dias. Na linha de frente tentamos racionalizar, mas há o receio de eventualmente faltar as drogas, que prejudicam em muito a assistência aos doentes e que podem aumentar a mortalidade " explica Leandro Oliveira.
Ouça a entrevista com Leando Gustavo de Oliveira.