Araxá tem um percentual de vacinas recebidas maior que 16 cidades do Triângulo Sul e menor que Uberaba
A diferença na distribuição de vacinas contra a Covid-19, apontada pelo Executivo de Araxá, pode ser atribuída a falta de atualização de dados em sistemas utilizados pelo governo federal para distribuição aos estados e municípios.
O prefeito de Araxá, Robson Magela, tem destacado que alguns municípios têm recebido mais doses do imunizante contra a Covid-19 e que a distribuição não está sendo realizada de forma proporcional com o número de habitantes.
Após essas afirmações, o Portal Imbiara analisou as informações junto a Regional de Saúde em Uberaba, no Triângulo Mineiro, o Plano Nacional de Imunização e a Secretária Municipal de Saúde.
De acordo com o Plano Nacional de Imunização, as distribuições de doses da vacina contra a Covid-19 ocorrem de acordo com a análise de dados feita pelo governo federal, através de plataformas e dados levantados, como o Sistema Único da Assistência Social (SUAS), estimativa da Campanha de Influenza de 2020, Base CAGED e ANTT (RNTRC), Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). A atualização desses dados nas plataformas cabe aos órgãos ligados a cada base de dados.
Segundo levantamento com a Regional de Saúde de Uberaba, se o município tiver números desencontrados pode reapresentá-los e identificar onde está errado para uma possível correção. Isso significa que a Prefeitura de Araxá poderia formalizar o pedido de atualização da quantidade populacional do grupo prioritário de trabalhadores da indústria, no qual, em banco de dados nacionais, se apresentam defasados se comparados aos números reais da cidade, conforme levantamento da Secretaria Municipal de Saúde.
A secretária de Saúde de Araxá, Lorena de Pinho Magalhães, em entrevista ao Portal Imbiara, falou sobre os pedidos que já foram feitos para a atualização dos números. “O prefeito entrou em contato direto com a assessoria da Secretaria de Saúde do Estado. Eu também entrei em contato direto. Nós mineiros gostamos de encurtar o caminho. Eles tentaram nos ajudar, mas até agora não tivemos nenhum retorno se vamos receber mais doses para a indústria. Não deram nenhum retorno para a gente até o momento”, explicou a secretária.
Conforme informado pela Regional de Saúde de Uberaba, nenhum pedido formal foi encaminhado. A secretária de Saúde confirmou que não encaminhou documento oficial e que somente a equipe esteve em reuniões com a Regional. “Somente contato direto com o assessor da Secretaria de Estado”, disse Lorena de Pinho.
Analisando os dados sobre a distribuição de vacinas nos municípios durante o levantamento, foi possível perceber que o número real é maior do que o percentual utilizado para distribuir as doses pelo governo. “Antes as doses do setor da indústria eram alto declaradas, depois eles disseram que não seria mais alto declarada, seria estipulada e baixou a nossa auto declaração, que era de 10 mil para 6.700 profissionais de indústria. Então, com isso, diminuiram as nossas doses que entenderam que como já mandaram 2.500 doses para aquele público entendeu-se que a gente já tinha atingido 30% e que não iriam mandar mais”, ressaltou Magalhães.
Outro percentual que está defasado e pode alterar a porcentagem da distribuição de vacinas é os números de habitantes. Hoje é utilizado os dados do IBGE que já não possui atualização desde 2011.
Frente aos recentes questionamentos em relação a distribuição de vacinas pelo prefeito de Araxá, a cidade segue acima da média de recebimento das primeiras doses no Triângulo Sul.
Levantamento realizado pelo Portal Imbiara no Painel Vacinômetro do Estado de Mimas Gerais mostra que ele atualizado no dia 27 de julho. Entre as 27 cidades da macrorregião, a média de distribuição é de 45% em relação a população. Araxá tem 50% de doses recebidas, de acordo com o número habitantes. Uberaba está com três pontos percentuais à frente de Araxá, o que equivale a 3.219 doses da vacina deixadas de receber pela cidade. Outras 16 cidades marcam um percentual quantitativo menor.
Confira a Tabela:
