Apesar de ter informado um valor aproximado de R$ 5 milhões, Germano diz que os números ainda são incertos e as negociações não se concretizam por conta de pendências
Constituída no dia 2 de maio de 2023, a Sociedade Anônima de Futebol (SAF) sofre com empecilhos que impedem a conclusão do negócio financeiro, conforme dito pelo advogado da SAF do Araxá Esporte, Germano Graciano, sobre o investimento que envolve muito dinheiro e gira, em torno, dos milhões. “O que nos é passado é um número de aproximadamente R$ 5 milhões, mas eu não consigo afirmar esses números porque são incertos e são internos do clube originário”, diz o advogado em entrevista ao Portal Imbiara.
Germano Graciano elenca duas pendências enfrentadas pelo clube para concluir todo esse trabalho relacionado à SAF: “Uma é definir onde será o mando de jogo do nosso time, Araxá Esporte Clube, e a outra é transferir os direitos do departamento desportivo junto à Federação Mineira de Futebol e à CBF para a SAF. Todos esses dois assuntos já foram iniciados. Já iniciamos tanto oficialmente através de ofícios e documentos quanto verbalmente com a federação e a CBF essa transferência do departamento de futebol”, comenta o advogado da SAF.
Graciano enfatiza que, por força dos estatutos da CBF e da FMF, a informação do local dos jogos do Araxá Esporte precisa ser repassada aos órgãos ligados ao futebol para consolidar a transferência do departamento de futebol do clube para a SAF. “É fundamental que apresentemos onde será o nosso campo, onde será o nosso mando de jogo, e paguemos as taxas de transferência. Como o clube originário, que é detentor de 100% das ações da SAF, se encontra totalmente endividado, para que possamos pagar essas taxas, que são altíssimas, gerando em torno de aproximadamente R$ 400 mil, bem como para que possamos ter um campo de futebol para o mando de jogo, seja ele, historicamente, a nossa sede, o Fausto Alvim, ou qualquer outro que possamos desenvolver, são necessários esses investimentos”.
Segundo o advogado, finalizada a negociação da SAF do Araxá Esporte, o nome da empresa ou do investidor ou comprador pode ser divulgado, porém, ele alerta. “Geralmente, nas Sociedades Anônimas, e é por isso que tem o nome de Sociedade Anônima, o comprador ou o investidor das ações tem a prerrogativa de se manter anônimo ou não. Isso é um perfil do investidor. Aquele investidor que tem o interesse de se apresentar e falar: ‘eu sou o acionista’, ele pode se apresentar, assim como o que não tem interesse em se apresentar, pode não se apresentar”.
O planejamento para a montagem do time ocorre paralelamente a negociação da compra da SAF. Foto: Arquivo Portal Imbiara
Germano explica a diferença entre acionistas e o Conselho de Administração que fazem parte da Sociedade Anônima de Futebol (SAF). “O Conselho de Administração e a diretoria têm que ser públicos e notórios, e, sobre eles, há uma responsabilidade muito grande na administração do futebol. Nós temos hoje diversos investidores, pelo menos, que é do meu conhecimento, três ou quatro investidores hoje querendo fazer proposta para a compra da SAF. Porém, esses dois assuntos técnicos e jurídicos são fundamentais para darmos andamento à negociação”.
Germano Graciano afirma que o planejamento do departamento de futebol para a montagem da comissão técnica e dos jogadores já está acontecendo em paralelo com as negociações da SAF. “Porém, tudo isso envolve dinheiro e muito dinheiro. É da característica e do perfil de qualquer investidor que vai investir porque estamos falando de milhões. Para qualquer investidor investir esses milhões, é importante que esses dois assuntos técnicos e jurídicos estejam, pelo menos, elucidados: se vai ser ou não vai ser, para qual ponto vai, se vamos ter o mando de campo no Fausto Alvim ou qual será o campo onde conseguiremos ter o mando de jogo. Nossa conversa interna sobre as negociações sempre se esbarra nesses dois assuntos”, conta o advogado da SAF.
“Para o investidor pôr o dinheiro, ele quer saber qual é a garantia que tem de pôr o time em campo. E, para ter essa garantia, ou pelo menos ter, como se diz, elucidada essa situação, é importante que apresentemos para ele as opções. As nossas opções são limitadas. Historicamente, nos últimos 50 anos, a sede do futebol do Araxá foi o Estádio Fausto Alvim, mas ele não pertence ao clube e, sim, ao município. Eu, enquanto advogado da SAF, estou tendo acesso às informações da SAF, embora a SAF seja solidária no pagamento das dívidas do clube”.
