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Postado em: 21/09/2023 - 15:00 Última atualização: 21/09/2023 - 15:19
Por: Bruna Isabella Silva / Portal Imbiara

CPI da Agricultura finaliza as oitivas e deve apresentar relatório nesta sexta (22) na Câmara de Araxá

Prefeito de Araxá era o quarto a ser ouvido, mas não compareceu à CPI

CPI da Agricultura Foto: Ascom Câmara

Na tarde desta quarta-feira (20) a CPI da agricultura ouviu mais três pessoas, o prefeito de Araxá Robson Magela que seria o quarto a participar das oitivas não esteve presente na CPI.

A primeira testemunha ouvida novamente pela CPI foi Renaldo Gomes de Moura Júnior, empresário do ramo da construção civil. Ele foi chamado novamente para esclarecer conflitos de informações relacionadas aos pagamentos que recebeu de fazendeiros de Araxá para a construção de uma piscina na casa do prefeito Robson Magela.

Confirme a Comissão, Renaldo recebeu um pagamento que não estava nos extratos bancários comprovados por ele. “Conforme até um documento entregue durante a investigação da Polícia Civil a gente identificou esse valor, eu tinha um terreno que emprestei para um amigo no início do ano e nesse terreno eu passei para ele, eu fiz outro empréstimo para esse amigo meu e na data do dia 23 de dezembro aconteceu esse PIX. Justamente durante uma conversa que eu tenho que ele teria feito esse repasse para mim, esse valor não condiz a nenhum pagamento referente a piscina”, explicou.

Segundo ele achou que o dinheiro era esse amigo o pagando, porém, foi identificado que não era e com a investigação da Polícia Civil Renaldo aguarda o resultado da ação para saber para quem vai repassar o dinheiro.

A segunda oitiva foi do Reginaldo Alves da Silva, mais conhecido como Branco, o empresário dono de máquinas que prestavam serviço para o CIMPLA, prestou depoimento na Polícia Civil como investigado durante a operação Ourímetro, na CPI relatou como surgiu a ideia de ajudar o prefeito pagando uma obra de uma piscina 

“Eu estava em um churrasco na casa do prefeito, ele me ofereceu um carro, falou que precisava vender o carro para fazer a piscina, eu ofereci para ele, ele não queria insistir para ele pegar comigo, eu pago a piscina para você, eu falei para ele não vende te empresto o dinheiro depois você me paga”, esclareceu. 

"Eu passei o dinheiro para ele através de prestadores de serviço meu, eu liguei para o Renaldo e falei que ia emprestar um dinheiro para ele (prefeito) que forma eu posso te pagar? Branco paga do jeito que você puder e vai passando os comprovantes. Passei para ele alguns inclusive através do meu advogado eu liguei para o senhor Luiz deposita a quantia dele que é R$20 mil e o resto na minha conta ele me enviou os dois comprovantes só que ele depositou os dois para o Renaldo e eu não vi, desorganização minha falta de secretária coisa minha mesmo, estamos esperando a investigação acabar para resolver isso aí”, explicou Branco, sobre o dinheiro errado que caiu na conta do Renaldo.

O terceiro a prestar esclarecimento foi o motorista e proprietário de um caminhão Marcelo Ferreira Dias, prestava serviço para a prefeitura através do CIMPLA. Ele se ofereceu espontaneamente para contribuir com a CPI. Marcelo esclareceu questões relacionadas a supostas irregularidades na contabilização das horas trabalhadas e afirmou que seu caminhão tinha rastreador, o que impossibilitaria qualquer tipo de adulteração. Relatou que presenciou irregularidade, porém não quis participar.

Encerrando os trabalhos da tarde, estava prevista a oitiva do prefeito Robson Magela. No entanto, o chefe do Executivo não compareceu.

Os membros da comissão se manifestaram lamentando a ausência do prefeito e destacando a importância do trabalho das Comissões Parlamentares de Inquérito, citando o artigo 40, § 3º, da Lei Orgânica do Município: "Às comissões parlamentares de inquérito, observada a legislação específica, (...) terão poder de investigação próprio das autoridades judiciais”.

Eles ainda destacaram o trabalho árduo realizado pela Comissão, que trabalhou por 6 meses e ouviu mais de 30 testemunhas. Eles agradeceram os intimados que colaboraram com a investigação e citaram os vereadores que fizeram questão de participar da maior parte das oitivas.

O relatório final da Comissão será encerrado até a próxima sexta (22). Nessa mesma data será realizada uma reunião em que os membros da comissão irão apreciar o relatório final. 

Todas as oitivas realizadas estão disponíveis no canal da Câmara no YouTube: youtube.com/camaramunicipaldearaxa

Todas as matérias sobre as oitivas da CPI, podem ser conferidas na coluna de Política do Portal Imbiara. AQUI

Investigação da PCMG

A investigação da Polícia Civil foi feita na Secretaria de Agricultura de Araxá, iniciou-se em setembro de 2022 e apura desvios que podem chegar na ordem de pelo menos R$4 milhões. A investigação contou com oitiva de 40 pessoas e análises periciais, os suspeitos teriam lesado os cofres do município por meio de pagamentos de serviços não prestados, pagamentos em duplicidade, superfaturamento de horas trabalhadas, desvio de combustível da prefeitura e recebimento de vantagem financeira para beneficiar empresas.

CPI

A CPI criada apresenta como justificativa a gravidade da situação exposta pela “Operação Ourímetro”, desencadeada pela Polícia Civil, bem como os representantes da Casa legislativa merecem esclarecimentos sobre possíveis desvios de finalidade e lesões ao erário que, em tese, estariam acontecendo. O documento de protocolo da CPI ainda ressalta que a sociedade Araxaense necessita que dentro da esfera de atuação dos vereadores sejam propostas soluções adequadas.