Em entrevista exclusiva, governador em exercício garante que operação da mina será preservada, mesmo com federalização parcial
Durante entrevista exclusiva ao Grupo Imbiara de Comunicação, o governador em exercício de Minas Gerais, Mateus Simões, garantiu que a adesão ao Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados) não trará prejuízos para Araxá, especialmente no que diz respeito à Codemig, à CBMM e à exploração do nióbio, uma das maiores fontes de receita da cidade.
“Não existe nenhum risco de que o nióbio, a Codemig ou a CBMM deixem de trazer riqueza para Araxá. Se houver alguma federalização parcial, será apenas da propriedade, sem afetar a operação da mina”, afirmou o governador em exercício à Rádio Imbiara, durante a cobertura da ExpoQueijo Brasil 2025, em Araxá.
Simões reforçou que o objetivo do governo é reestruturar as finanças de Minas Gerais, e que os projetos de lei relacionados ao Propag estão em fase avançada de tramitação na Assembleia Legislativa.
Projetos avançam na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Nesta semana, os Projetos de Lei 3.734/25 e 3.735/25, que integram o pacote do governo estadual para adesão ao Propag, receberam pareceres favoráveis das Comissões de Administração Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), e agora seguem para votação em 1º turno no plenário.
O PL 3.734/25 autoriza a transferência para a União da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), que detém os direitos minerários do nióbio de Araxá, explorado em parceria com a CBMM.
Já o PL 3.735/25 trata da transferência da participação societária na Codemge, que desde 2018 é a controladora da Codemig.
Os projetos foram alterados pelo relator, deputado Rodrigo Lopes (União Brasil), que apresentou substitutivos condicionando a federalização à efetiva adesão ao Propag, além de prever que as sedes das empresas permaneçam em Minas Gerais.
Governo vê adesão como oportunidade de alívio financeiro
O governador em exercício defende que o Propag é uma oportunidade estratégica para Minas Gerais reduzir sua dívida com a União, hoje estimada em mais de R$ 165 bilhões. Com o programa, o Estado poderá amortizar 20% do saldo devedor e obter melhores condições para manter políticas públicas e investimentos.
“Estamos fazendo o possível para que, se houver federalização, ela ocorra com o menor impacto possível para o Estado e garantindo que Araxá continue recebendo os frutos da exploração do nióbio”, destacou Mateus Simões.