Engenheiro Ambiental e Bombeiro Militar trataram do tema durante o Imbiara Notícias
Em uma entrevista de estúdio realizada durante o Imbiara Notícias desta segunda-feira (10), tenente Marcelo Teixeira, do Corpo de Bombeiros, e o engenheiro ambiental Leonardo Rodrigues discutiram temas urgentes como incêndios criminosos, o período de estiagem e o cuidado com o meio ambiente. Os dados apresentados revelam um aumento alarmante nas ocorrências de incêndios na região.
Dados Alarmantes
Segundo o tenente Marcelo Teixeira, as incidências de incêndios em Araxá já superam as do ano passado. "Estamos no início do período seco, um período de estiagem. Pesquisei os dados fazendo um comparativo entre o ano de 2023 e 2024, no período de 1º de janeiro a 5 de junho. Em 2023 tivemos 17 ocorrências de incêndios e neste ano tivemos 33, quase o dobro. Pode parecer irrelevante essa estatística, mas é um dado preocupante; a tendência é aumentar esse número."
Para enfrentar essa realidade, o Corpo de Bombeiros está realizando ações preventivas na cidade. "A prevenção que os Bombeiros realizam é a Operação Alerta Verde, feita em nível estadual. Junto ao IPDSA, fazemos a vistoria de lotes vagos e notificamos os proprietários para limpar esses lotes," explicou Teixeira.
Calos Nunes; o Engenheiro ambiental Leonardo Rodrigues; Tenete Marcelo Rodrigues do Corpo de Bombeiros em Araxá e Natália Fernandes. Foto: Caio César
A Conscientização da População
Apesar dos esforços, Teixeira enfatizou a importância da conscientização da população. "Pelo menos os incêndios em lotes vagos conseguimos reduzir. Se a população não se conscientizar que é errado fazer a limpeza de terrenos com fogo, não vamos dar conta de atender às demandas. Realmente é um grande número de ocorrências durante esse período seco," salientou.
Impactos das Mudanças Climáticas
O engenheiro ambiental Leonardo Rodrigues destacou como as mudanças climáticas têm agravado a situação. "No cerrado, tínhamos uma estação bem definida. Agora, com essas mudanças climáticas, inclusive o La Niña, esse período se estende, deixando a vegetação mais seca."
Rodrigues apontou os impactos ambientais, como a perda de biodiversidade, a poluição do ar e problemas graves como a erosão do solo e a contaminação das águas. "Entre os impactos há uma perda da biodiversidade, além das espécies e animais que não conseguem fugir do fogo, como roedores e répteis. E também a poluição do ar, que pode causar doenças respiratórias e outros problemas," afirmou.
Consequências para a Fauna e a Sociedade
Rodrigues também alertou para o aumento da incidência de animais peçonhentos em áreas urbanas devido aos incêndios. "Quando o animal se sente ameaçado, ele tende a buscar refúgio em outro lugar, aumentando a incidência de animais peçonhentos nas áreas urbanas."
Ele ressaltou a necessidade de ouvir os pesquisadores que estudam a ecologia do fogo e a urgência de políticas públicas efetivas. "Precisamos escutar mais os pesquisadores. Muitas estudam a Ecologia do Fogo, para que todos entendam que perdem com os incêndios. Ainda faltam políticas públicas, mas já existe um movimento para monitorar esses eventos. É importante estabelecer uma educação para refletir sobre essa questão," concluiu Rodrigues.
