Alípio Camilo dos Santos Neto, natural de monte Carmelo estava morando em Uberlândia
As últimas palavras enviadas pelo mineiro Alípio Camilo dos Santos Neto, uma das vítimas do acidente com o avião da Voepass, foram "E lá vamos nós." O recado foi enviado a um amigo pelo WhatsApp antes da tragédia. Alípio também compartilhou a localização do aeroporto de Cascavel, no Paraná, onde a aeronave havia embarcado, horas antes do acidente.
O print da conversa está circulando nas redes sociais, onde amigos e familiares de Alípio expressam seu luto. "Nunca saberemos quando será o último adeus," comentou uma amiga próxima, Ádila Ribeiro. Na troca de mensagens, a pessoa que recebeu a localização ainda questionou: "Você não foi de Passaredo, né?", mas não obteve resposta.
A Voepass, fundada em 1995 em Ribeirão Preto (SP), é a companhia aérea mais antiga em operação no Brasil e foi conhecida anteriormente como Passaredo Linhas Aéreas até mudar de nome em 2019.
Alípio Camilo dos Santos Neto era natural de Monte Carmelo, no Alto Paranaíba. Ele morava em Uberlândia e trabalhava como auditor interno em uma grande rede de frigorífico. Com 15 anos de experiência em controladoria, ele era formado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Gestão Empresarial e Planejamento Tributário.
O avião decolou do Aeroporto de Cascavel (PR) às 11h50 com destino a Guarulhos (SP), levando 62 pessoas a bordo. A previsão de chegada era às 13h40, mas, por volta das 13h21, a aeronave perdeu altitude rapidamente e caiu em uma área residencial em Vinhedo, SP. Moradores gravaram o momento em que o avião girava no ar antes do impacto.
A Voepass ainda não confirmou a causa exata do acidente. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) iniciou uma investigação para determinar as causas da queda. A Polícia Federal também está envolvida na apuração. Os investigadores já possuem os gravadores de voz e dados da caixa preta, que serão analisados em Brasília, mas não há previsão para a conclusão das investigações.
A aeronave estava regularizada e com suas funções normais de aeronavegabilidade. Construída em 2010 e adquirida pela Voepass em 2022, a aeronave atendia a todos os requisitos de segurança. O Coronel Baldin do Cenipa afirmou que a aeronave é certificada para voar em condições severas e possui sistemas para lidar com formação de gelo, embora essa hipótese ainda não tenha sido confirmada.
Fonte: O Tempo