A Polícia Militar Ambiental alerta para os cuidados em estradas
Um atropelamento de animal silvestre ocorrido nesta semana na rodovia MG-428, que liga Araxá ao estado de São Paulo, chamou a atenção para os riscos à fauna e aos motoristas. O caso foi comentado pelo sargento Marco Túlio, da Polícia Militar de Meio Ambiente, em entrevista à Rádio Imbiara.
O acidente aconteceu no km 29 da rodovia e envolveu uma jaguatirica, felino típico do Cerrado. A guarnição esteve no local e constatou que o animal já se encontrava morto, com sinais de ter sido atingido na noite anterior e arrastado até o acostamento. “Pelo estado da carcaça, já bastante inchada, acreditamos que o atropelamento ocorreu na noite anterior. Provavelmente foi um veículo de grande porte, como um caminhão ou carreta, devido ao esmagamento do crânio”, informou o sargento.
O sargento da Polícia Militar de Meio Ambiente, Marco Túlio. Fotos: Caio César
Perigo também para os motoristas
Além da perda de um animal silvestre, o sargento Marco Túlio alertou que situações como essa também colocam em risco a vida de motoristas e passageiros. “O farol dos veículos modernos, por ser mais potente, pode ofuscar a visão dos animais, fazendo com que fiquem parados na pista, como se estivessem cegos por alguns segundos, aumentando o risco de atropelamento”, explicou.
Ele reforçou a importância de respeitar os limites de velocidade e manter a atenção redobrada, especialmente em trechos de mata nativa. “A região do Cerrado é muito rica em biodiversidade, e nós, humanos, estamos cada vez mais ocupando o habitat desses animais, o que faz com que eles avancem para as áreas urbanas em busca de alimento”, disse.
A jaguatirica é um predador natural de pequenos mamíferos, aves e répteis e, segundo o sargento, é comum na região. Ele ainda esclareceu que, diferentemente do que muitos pensam, não há onças-pintadas na região de Araxá.
No início deste mês um gato-do-mato também foi resgatado; em casos de animais atropelados, acione as autoridades competentes. Fotos: Polícia Militar Ambiental
O que fazer em caso de atropelamento de animal silvestre
Em casos como esse, o recomendado é acionar imediatamente os órgãos competentes, como a Polícia Militar de Meio Ambiente, a Polícia Rodoviária Estadual ou Federal, ou ainda o Corpo de Bombeiros, para que o animal seja socorrido ou removido da pista com segurança.
O sargento também citou um exemplo recente de resgate: “No dia 1º de maio, feriado do Dia do Trabalho, conseguimos salvar um jaguarundi – conhecido como gato-do-mato – atropelado na MGC-452, entre Araxá e Uberlândia. Ele foi levado a uma clínica veterinária e está em tratamento, com previsão de ser devolvido à natureza”.
Quanto à jaguatirica atropelada nesta semana, como o corpo já estava em avançado estado de decomposição, a equipe apenas o retirou da pista e o posicionou de forma discreta no acostamento, evitando novos acidentes e aglomeração de curiosos.