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Postado em: 14/07/2021 - 12:32 Última atualização: 14/07/2021 - 15:44
Por: Natália Fernandes - Portal Imbiara

Policia Civil de Araxá cria Grupo Reflexivo para agressores enquadrados na lei Maria da Penha

O projeto é pioneiro em Minas Gerais e tem como objetivo reduzir a incidência dos crimes registrados no município

A iniciativa é realizada através da Delegacia de Proteção a Família da cidade. Foto: Natália Fernandes/Portal Imbiara

Na manhã desta quarta-feira (14), a Polícia Civil de Araxá inaugurou o projeto “Grupo Reflexivo: Por um Novo Propósito”, com o objetivo de reforçar a prevenção e combate à violência praticada contra as mulheres nas relações domésticas e afetivas.

O projeto deve acontecer até outubro, por meio de encontros que visam reunir homens que tenham cometido o crime para que tomem consciência da sua responsabilidade de autor da violência e mudem suas atitudes.

Em entrevista ao Portal Imbiara, o delegado regional, Vitor Hugo Heisler, falou sobre a iniciativa realizada através da Delegacia de Proteção à Família.

“Esse projeto busca que esses autores de crimes de violência doméstica tenham como medidas cauteladas pelo juiz a obrigatoriedade de participar deste grupo, aonde será debatido junto à psicóloga e a  assistente social o motivo e o porquê dessas agressões e o que pode ser feito para que elas cessem e que haja novamente a reconstrução familiar. O nosso objetivo é a família, a família equilibrada, em harmonia, a família unida”, explica o delegado.

Durante os encontros, serão tratados temas relativos à Lei Maria da Penha, questões de gênero, masculinidade e comunicação não-violenta, dando oportinidade para a escuta e a transformação dos comportamentos, através da autorresponsabilização e um novo propósito.

13 milhões de mulheres foram agredidas em 2020, segundo o Instituto de Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec). Foto: Natália Fernandes/portal Imbiara

 

A coordenadora do projeto, investigadora Abna Esteves Trindade, falou sobre o projeto que foi pensado como uma política pública em prol da comunidade.  

“Hoje o que temos referente à punição desse autor da violência doméstica é apenas a prisão. Existem pesquisas internacionais que dizem que somente esta prisão não é o suficiente e nós vemos isso na prática. São homens que rescindem neste crime. Por isso, através desse projeto, vamos buscar reduzir esse índice, quebrar o ciclo da violência e ressocializar esse homem, ou seja, fazer com que ele quebre esse paradigma de uma cultura machista, patriarcal, onde o homem somente através da violência consegue ter um poder sobre a mulher”, explica Abna Trindade.

O projeto consiste em reuniões semanais que irão ocorrer todas as quartas-feiras, com cerca de dez homens que respondem por violência doméstica. Na primeira fase do projeto serão realizados oito encontros, cada encontro com duração média de duas horas.

A iniciativa em parceria com o poder Judiciário conta com o apoio do Ministério Público, da Policia Militar, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – (CREAS), e da Secretária Municipal de Ação Social.