Ao todo foram identificados 296.022 veículos reboques e "carretinhas" emplacados de maneira incorreta em diversos municípios e estados do país
Na manhã desta quinta-feira (29), a Polícia Civil de Minas Gerais, em coletiva de imprensa online, divulgou os desdobramentos da “Operação Noakes”, que investiga manobras criminosas para regularização de reboques com origem ilegal.
A investigação teve início em março deste ano com a Delegacia Regional de Polícia Civil de Araxá. O trabalho, sob o comando o delegado Renato Alcino, conseguiu apurar o crime a partir da vistoria de um reboque com possível irregularidade. Na inspeção, foram encontrados indícios de adulteração na peça que sustenta a identificação.
Após a inspeção, foi descoberto que a nota fiscal na qual constava ser de uma empresa de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, na verdade, era de uma empresa de Araxá. De acordo com a polícia, o fato chamou atenção, uma vez que, apenas empresas devidamente homologadas pelo Denatran podem fabricar reboques ou semirreboques.
Como medida cautelar, foi feito o bloqueio de bens dos suspeitos, que podem chegar a R$ 55 milhões, valor que pode ser restituído aos cofres públicos.
As irregularidades apuradas envolvem práticas como fraude e sonegação fiscal. Oito empresas e três sites de vendas on-line são investigados suspeitos de fazerem parte de um esquema para regularização de reboques e semirreboques de origem ilegal.
A identificação feita em Araxá no período de dois anos constatou que 75.519 veículos foram registrados de maneira fraudulenta. No desdobramento de maior amplitude houve a apreensão de 29 reboques nesta situação. Em 13 municípios, a investigação, com apoio de delegacias de quatro estados, apurou que 296.022 veículos foram produzidos e emplacados de maneira incorreta.
Um casal foi preso em Goiás. Eles são suspeitos de estarem no topo da organização criminosa. As investigações continuam em outras cidades e estados que não foram ainda divulgados pela Polícia Civil.