A arte de tecelagem é um patrimônio histórico em Araxá
Localizado no Museu Dona Beja, o trabalho das artesãs do Ateliê de Tecelagem em Araxá foi destaque na 33º Feira de Artesanato, que aconteceu no Expominas, em Belo Horizonte, que é realizada todos os anos.
A coordenadora do ateliê, Adelina Rezende, fala sobre o destaque dos produtos na 33º Feira de Artesanato que aconteceu em Belo Horizonte. “No estande reservado para nosso trabalho percebemos o diferencial que têm o nosso trabalho. De um jeito único além dos nossos acabamentos. Nosso trabalho foi muito elogiado pelo compromisso com as nossas técnicas", explica .
O Ateliê mantém viva a tradição do tear em Araxá. Reinventando a cada dia, seis pessoas remontam a tradição repassada por mães e avós mantendo viva uma parte da história da cidade. No local são produzidos diversos tapetes, forros e panos. O trabalho das artesãs
Cythia Verçosa, presidente da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB), disse sobre a importância do trabalho das artesãs e a preservação da cultura da cidade. “Esse trabalho traz toda a história da tecelagem do tear e também as “tramas” e os diversos bordados. As tecelãs trabalham com a história e a memória de Araxá. Hoje, esse trabalho se repagina. No ateliê já existe um trabalho com o aproveitamento de retalhos de jeans de uma empresa têxtil aqui da cidade, aproveitando o material. Alguns elementos da nossa história são resgatados neste material”, explica Verçosa.
Coordendora da tecelagem Adelina Rezende, a presidente da Fundação Cultural Calmon Barreto Cynthia Verçosa e equipe de tecelãs
O Ateliê de Tecelagem é um dos espaços da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB) desde 1984. A coordenadora do ateliê e dos cursos livres da Fundação Cultural fala sobre a técnica do "repasso" utilizada para a confecção dos produtos. “O repasso é a técnica utilizada que é passada de geração em geração. Hoje há uma reinvenção e ressignificação desses traços com novas técnicas. Isso vem das raízes do ofício da tecelagem com as primeiras tecelãs, que iam atrás do carneiro para fiar a lã e realizar a coloração desse fio. Então, nós trazemos todo esse histórico para a atualidade”, explica Rezende.
Repassos utilizados para fazer os tapetes, forros e bordados
A tecelã Terezinha Ferreira disse que trabalha com o tear desde criança e que aprendeu brincando quando brincava na fazenda. “Eu trabalho com tecelagem desde os 6 anos de idade fazendo os fios. Minha mãe ensinou todas as minhas quatro irmãs. Ingressei na Fundação Calmon Barreto em 2002. Para mim, o tear é tudo”, explica Ferreira.
O Ateliê de Tecelagem funciona de terça a sexta-feira, das 8h ás 17h, com intervalo de almoço de 12h às 13h no museu Dona Beja, na avenida Antônio Carlos, em Araxá.
