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Postado em: 14/05/2019 - 16:50 Última atualização: 15/05/2019 - 09:43
Por: Natália Souza - Portal Imbiara

Veja como evitar acidentes com dispositivos móveis

Em 2018 o Brasil teve mais de 600 mortes causadas por acidentes com a rede elétrica

Usar o celular quando estiver carregando pode dar choques e causar incêndios. Foto: Reprodução

Aparentemente inofensivos, smartphones e outros dispositivos móveis podem provocar acidentes graves e até mesmo fatais. Segundo dados da Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos de Eletricidade (Abracopel), em 2018 foram registrados 41 acidentes com celulares no Brasil, que resultaram em 23 mortes.

O engenheiro de Segurança do Trabalho da Cemig, Demetrio Aguiar, explica que o uso desses aparelhos enquanto estiverem conectados à tomada superaquece as baterias e os componentes internos, o que pode resultar em explosão ou em danos irreparáveis ao dispositivo.

Carregadores falsificados também podem danificar os dispositivos móveis, já que a produção deles não atendem aos padrões internacionais exigidos pelos fabricantes regularizados. “Eles têm um preço bastante atrativo, mas não trazem segurança alguma”, ressalta Demetrio Aguiar.

De acordo com o engenheiro, o carregador ‘pirata’ é feito de forma relativamente simplificada. Alguns itens importantes para a segurança dos usuários são inexistentes. Nos casos em que o carregador apresenta defeito, há o risco de tensão de entrada, que é de 127 ou 220 volts chegar à saída, podendo danificar o aparelho, ocasionando, ainda, choque elétrico, explosões e princípios de incêndio. Por isso, o ideal é desconectá-lo do carregador ao atender chamadas ou enviar mensagens. O mesmo vale para carregadores portáteis (“powerbanks” e capas carregadoras).

O carregamento deve ser feito com o aparelho sobre uma superfície lisa e bem ventilada sem a capinha de proteção para melhorar o arrefecimento, livre de materiais combustíveis como tecidos de toalhas de mesa, cortinas, forração de sofás, entre outros. “Em caso de princípio de incêndio, tais materiais queimarão com facilidade e propagarão as chamas a outros ambientes”, alerta Demetrio.

O especialista destaca também que dispositivos móveis devem ser evitados em alguns ambientes. “O uso em banheiros e cozinhas é ainda mais preocupante, pois esses locais contêm água nas pias, lavatórios e vasos sanitários. Se um aparelho entrar em contato com a água, ele pode estragar e, caso esteja conectado ao carregador, até provocar choque elétrico na pessoa que o manuseia”, afirma.

Outro alerta importante é que, durante as tempestades, o smartphone ou tablet só poderá ser utilizado se ele não estiver conectado ao carregador. Isso porque os raios podem percorrer a rede elétrica do imóvel e atingir o carregador do dispositivo. Eventuais instabilidades na rede elétrica também podem facilitar a passagem de corrente através do carregador.

Há locais em que o uso de celulares é proibido, a exemplo de postos de combustíveis e em alguns ambientes industriais. Deve-se  seguir a sinalização de orientação desses locais

No ano passado, foram registrados 1.424 acidentes com origem elétrica em todo o país, sendo 836 choques, 537 incêndios por sobrecarga ou curto-circuito e 51 descargas atmosféricas (raios). Isso representou um aumento de 2,67% em comparação ao ano anterior, e de 37,2% em relação a 2013, quando a Abracopel iniciou o levantamento das informações.

Desse total de acidentes, foram registradas 622 mortes por choques elétricos, 61 mortes por incêndios e 38 mortes por raios.

O número de mortes por choques elétricos caiu em 2018, com cinco mortes a menos que em 2017. No entanto, o número de mortes por incêndios originados em sobrecarga da rede elétrica dobrou, passando de 30 casos no ano anterior para 61 em 2018.