A casa já foi propriedade dos construtores da Igreja São Sebastião, por volta do ano 1800
Localizada entre as ruas Mário Campos e Manoel Francisco no Centro de Araxá e próximo ao bairro São Pedro, uma casa ainda construída por volta de 1800 dá exemplo de preservação e conta um pouco da história dos primeiros tempos dos moradores da localidade.
A casa hoje com janelas e portas antigas e de cor azul foi construída por dois grandes artistas vindos para a cidade de Araxá no século XVIII, José Pereira Bom Jardim arquiteto e construtor da histórica Igreja de São Sebastião e Bento Antônio da Boa Morte genial escultor de suas imagens sacras.
De acordo com informações repassadas pelo engenheiro Paulo de Souza Júnior, proprietário do casarão ele disse sobre um pouco da construção da casa em levantamentos realizados junto a historiadores e com apoio da Fundação Cultural Calmon Barreto. A casa hoje serve como um escritório de engenharia. “Essa casa foi construída no final do século XIX, por volta de 1800. Os construtores desta casa vieram de São João Del Rei, aqui morou o construtor da Igreja São Sebastião José Pereira Bom Jardim e o escultor Bento Antônio da Boa Morte. A construção dessa casa antecede a construção da igreja” disse.
O engenheiro disse quando comprou o imóvel e realizou toda a restauração. “Eu adquiri esse imóvel em 1990. Essa casa havia sido da minha avó que vendeu para Sebastião Pedro de Deus que era o antigo proprietário. Ela estava toda deteriorada e muitas pessoas me perguntaram se eu iria restaurar uma tapera. Peguei e restaurei nas condições originais. A restauração de 1990 foi a mais séria e outras passaram por reformas menores, como de pintura ", explica.
José Pereira Bom Jardim, construtor está enterrado em frente a Igreja de São Sebastião em Araxá. Fotos: Alex Sander Xexéu
PINTURA DE BENTO ANTÔNIO DA BOA MORTE POR CALMON BARRETO. Foto: Fundação Cultural Calmon Barreto
No fim de 2022 um importante casarão do século 19 foi demolido para dar espaço a uma nova construção sem uma autorização prévia do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compac), o que causou grande comoção da população. Paulo de Souza diz da importância de preservar espaços que contam a história de um povo.
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“Sem memória você não é ninguém. E uma cidade tem a obrigação de preservar os seus marcos para que depois de séculos entenda como a cidade existiu. Isso é uma obrigação do poder público porque nós sozinhos como proprietários é bem difícil cuidar de um imóvel. Precisamos de uma política de preservação da nossa história” pontua.
Paulo Souza é engenheiro e propietário do imóvel em Araxá. Foto: Alex Sander Xexéu
Paulo Souza ainda disse que a casa está inventariada pela Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB). O documento de inventário expressa as informações de um imóvel que precisa ser preservado com as características históricas e culturais da cidade, proibindo a demolição ou modificação.
