A raiva atinge os animais e seres humanos e é transmitida a partir da mordida, lambida ou ferida, causada por animais infectados
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A médica veterinária Lilian Bernardes da Silva esteve nos estúdios da Rádio Imbiara 91,5 FM, na última sexta-feira (30), e falou sobre as causas, sintomas e prevenção da raiva animal e no ser humano.
A médica veterinária e chefe do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) em Araxá, Lilian Bernardes, explicou que durante o mês de agosto a concentração de cadelas no cio aumenta bastante, devido às condições climáticas. “As cadelas no período fértil, automaticamente os cachorros ficam loucos. Mas a doença, conhecida como cachorro louco, nada mais é que a raiva”.
Lilian Bernardes disse que a raiva é uma doença viral aguda e que é transmitida aos seres humanos. “A doença surge a partir da mordida, lambida ou ferida, causada por animais infectados, que foi mordido pelo morcego hematófago. O vírus causador da doença acomete o sistema nervoso central do hospedeiro, ocasionando uma inflamação no cérebro que causa inchaço e evolui rapidamente”.
A doença é considerada fatal, pois o seu índice de letabilidade é de aproximadamente 100%. A doença não tem cura, pode afetar o animal e o ser humano. “O morcego hematófago é o transmissor da raiva. Geralmente produtores conseguem diferenciar este morcego dos demais por eles gostarem de ambientes escuros, serem mais gordinhos, por chuparem sangue e o horário de ataque é à noite”, falou Lilian.
Na zona rural a probabilidade do transmissor da raiva é maior do que na zona urbana. “Mas não descartamos a possibilidade deste transmissor na zona urbana”, disse a médica veterinária.
Médica veterinária e Chefe do IMA de Araxá, Lilian Bernardes, em entrevista à rádio Imbiara 91,5 FM. Foto: Márcio Rosa / Rádio Imbiara
O tempo de incubação do vírus da raiva é variado e pode ser de dez dias e até sete anos. Mas, geralmente, o tempo médio é de 12 semanas. “Os sintomas podem aparecer em humanos e nos animais. Os sintomas iniciais de raiva humana podem ser comparados a uma gripe, febre, fraqueza muscular, mal estar e dor de cabeça. A pessoa pode ter convulsão, excitabilidade, espasmos musculares, entorpecimento e formigamento nas mãos, sensibilidade e dor no local da mordida, perda de sensibilidade em algumas áreas do corpo e perda da função muscular. O indivíduo pode também desenvolver a raiva furiosa, ficar hiperativo, ter crises de ansiedade, alucinações, salivação em excesso”.
Lilian disse que os sintomas em animais carnívoros ou herbívoros são os mesmos como salivação em excesso, dificuldades ao engolir, mudança de comportamento, mudança de hábitos alimentares, paralisia das patas traseiras.
A médica veterinária adianta que se for mordido por algum cão ou gato é necessário procurar um médico o mais rápido. “A doença leva o paciente a óbito, a doença não tem cura e existe a prevenção que é se você foi mordido lave o ferimento rapidamente com água e sabão, procure um atendimento médico, caso tenha algum animal com suspeita da doença, isole o animal, chame um médico veterinário com urgência e faça as vacinas em seus animais através de veterinários”.
A coordenadora executiva da Secretaria de Saúde, Telma Di Mambro Senra, também confirmou que até o momento, a cidade de Araxá não terá a campanha de vacinação antirrábica animal na zona urbana. As vacinações aconteceram somente na zona rural.