bem brasil
bem brasil
Postado em: 02/04/2019 - 08:13 Última atualização: 02/04/2019 - 10:51
Por: Natália Souza e Rogério Farah - Portal Imbiara

Transtorno do Espectro Autista (TEA) deve ter tratamento multidisciplinar

Ouça o áudio completo da Dra. Karina Cleto abordando sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no programa Imbiara Notícias

Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem ter mais qualidade de vida se receberam tratamento individualizado e multidisciplinar. É o que explicou a médica psiquiatra Karina Cleto, em entrevista para a Rádio 91,5 FM  e o Portal Imbiara. A psiquiatra disse que no Brasil é preciso que as autoridades e governantes se sensibilizem para a criação de políticas de saúde pública, visando o diagnóstico do autismo, além de apoiar e subsidiar, tratamentos e pesquisas na área. “Somente o diagnóstico e a intervenção precoces podem oferecer a qualidade de vida desejada às pessoas com autismo. É necessário que todos tenhamos idéia da dimensão dessa realidade e só assim poderemos mudá-la,” ressalta Karina.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta o neurodesenvolvimento de diferentes formas, a capacidade da pessoa em se comunicar, estabelecer relacionamentos e a responder apropriamente ao ambiente em que vive. O TEA envolve fatores genéticos, epigenéticos e ambientais.

Algumas crianças com o transtorno do espectro autista (TEA) podem ter dificuldades nas brincadeiras, alterações emocionais anormais quando há mudança de rotina, podem ficar agressivas com os outros ou com elas mesmas, ou ainda, terem crise de birra intensa quando frustradas.

Comumente, fazem movimentos corporais repetitivos e até falam sozinhas. Podem ter muito apego a objetos e acessos de raiva súbitos. Muitas não conseguem iniciar ou manter uma conversa social, outras não falam qualquer palavra ou trechos memorizados, imediata ou tardiamente, como comerciais de Tv ou falas comuns das pessoas que convivem.

De acordo com Karina Cleto, outra característica marcante é alteração da integração sensorial. Isto pode ocorrer em um ou mais dos cinco sentidos, visão, audição, olfato, tato e paladar. Alguns são hipossensíveis e buscam sensações, gostam de girar, sobem em tudo, trombam nas coisas, põem tudo na boca. Mastigam roupa, escova de dente, cheiram tudo. Por outro lado, há as crianças hipersensíveis e elas acabam evitando sensações. São seletivas com a comida, tampam as orelhas quando há barulho, não gostam de serem tocados, etiquetas e costuras as incomodam, evitam atividades que sujam.

É importante saber que, assim como não há uma pessoa igual à outra, não há um autista igual ao outro. “Mas nenhuma criança é 100% hipo ou hipersensível. Em geral, as características se misturam. Devemos lembrar que essas alterações também podem ocorrer em indivíduos sem qualquer outro transtorno”, afirma a psiquiatra. Dessa forma, o tratamento  também deve ser individualizado, sempre por uma equipe multidisciplinar.