A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio do Comitê Estadual de Enfrentamento das Arboviroses, colocou uma equipe extra à disposição da cidade para somar aos trabalhos da equipe local
Mosquito da dengue. Foto: Rodrigo Mexas / Raquel Portugal / Fiocruz Imagens/ Divulgação
Fonte: Agência Minas
Após a divulgação do Boletim Epidemiólogico da Dengue, Chikingunya e Zika Vírus na semana passada, que indicou que o município de Uberlândia já notificou mais de 9 mil casos suspeitos e dois óbitos por dengue, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio do Comitê Estadual de Enfrentamento das Arboviroses, imediatamente colocou uma equipe extra à disposição do município para somar aos trabalhos da equipe local. O objetivo é intensificar as ações do Controle Vetorial, Assistência (Atenção Primária e Nível Hospitalar), Vigilância Epidemiológica e Comunicação/Mobilização durante a primeira quinzena de abril.
Entre os dias 3 e 5 de abril, membros do Comitê Estadual de Enfrentamento das Arboviroses e os técnicos da Superintendência Regional de Saúde de Uberlândia(SRS) e da Secretaria Municipal de Saúde estiveram reunidos para alinhar as estratégias.
Além de três veículos estaduais de Ultra Baixo Volume (UBV) pesado – conhecido como fumacê – que já estão em operação em Uberlândia, a partir desta segunda-feira (8) até o dia 17/4, vão acontecer outras ações do controle vetorial. Nelas, 45 agentes de endemias do quadro estadual vão trabalhar em conjunto com os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) de Uberlândia no bairro São Jorge, com o objetivo de visitar 6,8 mil imóveis em 170 quarteirões.
A ação de campo estadual também terá como estratégia fazer bloqueio num raio de 150 metros das unidades de saúde que possuem salas de hidratação, além de estar sendo planejada a realização do mesmo tipo de bloqueio por meio do Ultra Baixo Volume (UBV) leve, nas principais escolas da cidade.
É primordial o envolvimento tanto do setor público como também de toda a sociedade - neste momento, em especial, a população do bairro São Jorge, que é uma região que vem apresentando crescente notificação de casos da doença, precisa receber os agentes para a execução das atividades programadas.
“Somente conseguiremos êxito nas ações de combate ao Aedes se todos assumirem suas responsabilidades. A população precisa colaborar na eliminação dos possíveis criadouros do mosquito. São cuidados básicos que salvam vidas”, ressaltou o superintendente regional de saúde de Uberlândia, Alisson Maciel de Faria Marques.
Rejane Balmant Letro, assessora técnica da Vigilância Epidemiológica da SES, destaca que é necessária e oportuna a intensificação das ações no município de Uberlândia em que o cenário epidemiológico da doença apresenta seu pico.
“Há um soro tipo novo circulante e é preciso trabalhar todos os eixos para evitar a ocorrência de óbitos e casos graves. As amostras para monitoramento viral da dengue referentes a Patrocínio, Monte Carmelo, Prata e Uberlândia, que foram processadas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), identificaram a circulação do sorotipo DENV2. Desde 2011, não se tem registro deste sorotipo circulando no Triângulo Norte, o que indica que a população está suscetível à doença. Temos que trabalhar no controle e prevenção, senão em 2020 poderemos ter uma nova epidemia”, frisa.
A equipe assistencial da SES também visitou algumas unidades de saúde com objetivo de avaliar o atendimento e orientar a Atenção Primária e a Rede de Urgência e Emergência quanto aos processos de trabalho.
“Temos que focar os esforços no atendimento e acolhimento ao paciente. Os profissionais da assistência, em especial na Atenção Primária, precisam fazer corretamente o diagnóstico clínico, não descuidar da hidratação, preencher corretamente o prontuário clínico, ter vínculo com o paciente para monitorar o quadro de saúde, anotar e acompanhar o cartão da dengue, entre outras medidas. São diretrizes que precisam ser seguidas para que o paciente não tenha o quadro clínico agravado”, pontua Kátia Guimarães, referência técnica da Atenção Primária da SES.