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Postado em: 19/09/2024 - 15:32 Última atualização: 19/09/2024 - 15:33
Por: Alex Sander Xexéu - Portal Imbiara

Dados mostram que sete em cada 10 municípios têm risco alto ou muito alto para poliomielite

Apesar de a doença estar erradicada, houve queda na cobertura vacinal

Criança recebe imunização em Araxá. Foto: Divulgação / Prefeitura

Dos 5.570 municípios brasileiros, aproximadamente 68% estão atualmente classificados como de alto ou muito alto risco para poliomielite, popularmente conhecida como paralisia infantil. Esse percentual corresponde a 3.781 cidades, com a maioria (2.104) categorizada como de alto risco. Além disso, 1.342 municípios estão listados como de risco médio, e apenas 447 são considerados de baixo risco para a doença.

Esses dados foram divulgados nesta quarta-feira (18), durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, em Recife, e fazem parte do Plano de Mitigação de Risco de Reintrodução do Poliovírus Selvagem e Surgimento do Poliovírus Derivado da Vacina. F

"Grande parte do país está marcada em vermelho, indicando os maiores riscos", afirmou, referindo-se às cores utilizadas para representar o nível de risco elevado. A poliomielite foi erradicada no Brasil em 1994, após campanhas massivas de vacinação, sendo que o último caso registrado ocorreu em março de 1989. "Estamos enfrentando uma série histórica de alto e muito alto risco de reintrodução da doença, o que nos deixa em alerta", completou.

A série histórica mencionada por Franciele refere-se às avaliações de risco realizadas pela Comissão Regional de Certificação para a Erradicação da Pólio nas Américas. Em 2020 e 2021, o Brasil foi classificado como de alto risco, e em 2022, o risco subiu para muito alto, ao lado do Haiti e da República Dominicana. No ano passado, o Brasil voltou à categoria de alto risco.

As taxas de cobertura vacinal contra a pólio no Brasil têm diminuído nos últimos anos. Em 2022, a cobertura foi de 77,19%, bem abaixo da meta de 95%. Já em 2023, o índice subiu para 84,63%.

Recomendações Franciele destacou que, em junho deste ano, a comissão emitiu recomendações ao Brasil, incluindo a investigação das causas das baixas taxas de vacinação. Entre os fatores apontados estão o acesso limitado a vacinas em áreas remotas, a insuficiência de doses em algumas regiões e a desconfiança da população em relação ao imunizante.

A comissão também recomendou que o Brasil dê prioridade à vacinação nos municípios de maior risco, começando por aqueles com taxas de imunização inferiores a 50%. Outra sugestão foi a criação de um sistema de recompensas para estados e municípios que atingirem as metas estabelecidas. Além disso, solicitou-se a realização de uma reunião anual para tratar do tema em âmbito nacional.

Por fim, foi proposto que o Brasil organize um exercício de simulação para poliomielite, envolvendo todos os setores relevantes e simulando uma resposta a um eventual surto. "Precisamos garantir que todas as salas de vacina estejam abastecidas com insumos, para não perdermos oportunidades", afirmou Franciele, ressaltando também a importância de os serviços de saúde estarem preparados para identificar possíveis casos da doença.

Fonte: Agência Brasil