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Postado em: 08/04/2019 - 10:24 Última atualização: 08/04/2019 - 10:31
Por: Natália Souza - Portal Imbiara

Vereadores são investigados por praticarem 'rachadinha' em seis estados

Prática é crime e contradiz o papel de um parlamentar

Imagem ilustrativa. Foto: Reprodução

Vereadores de seis estados são investigados por praticar 'rachadinha', ou seja, se apropriarem de parte do salário dos funcionários que são nomeados em gabinete. As cidades onde acontece as investigações são Belo Horizonte-MG, Ipatinga-MG, Lorena-SP, Aracruz-ES, Buritis-RO, Conde-PB, Fortaleza-CE, Quixadá-CE, Sobral-CE. 

O confisco de parte dos salários dos servidores no legislativo configura crime que consiste, na subtração ou desvio, por abuso de confiança, de dinheiro público ou de coisa móvel apreciável, para proveito próprio ou alheio, por funcionário público que os administra ou guarda.


Acompanhe as investigações nos seis estados do Brasil:

Aracruz (ES) - um vereador foi preso em janeiro, suspeito de ficar com parte do salário dos funcionários e contrair empréstimos em nome deles.

Buritis (RO) - o vereador indicava pessoas na prefeitura para cargos comissionados e, depois, exigia uma parte do salário. A investigação mostrou que um dos funcionários repassava R$ 1 mil a ele.

Belo Horizonte (MG) - funcionários de Cláudio Duarte (PSL) recebiam os salários e devolviam parte do vencimento. De acordo com a polícia, somente um dos servidores, que ganhava R$ 11 mil, devolvia R$ 10 mil, ficando apenas com R$ 1 mil. 

Ipatinga (MG) - cinco parlamentares foram presos em operação desencadeada em fevereiro. Investigação mostra que vereadores exigiam parte dos salários dos seus assessores. São eles Luiz Márcio Rocha (PTC), José Geraldo de Andrade (Avante), Rogério Antônio Bento (ex-PSL), Wanderson Gandra (PSC) e Luiz Márcio Rocha Martins (PTC).

Conde (PB) - um vereador da Paraíba está sendo investigado pela prática da rachadinha. A denúncia foi feita por pessoas que seriam funcionários fantasmas. Uma das pessoas era beneficiária do Bolsa Família e teve o subsídio cortado.

Fortaleza (CE) - o ex-vereador de Fortaleza Leonel Alencar Júnior, conhecido como “Leonelzinho Alencar”, foi condenado a 11 anos e três meses de reclusão, em regime fechado, e multa, pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A 18ª Vara Criminal identificou que o parlamentar desviava cerca de R$ 20 mil por mês dos salários de seus assessores. Segundo o Ministério Público do Ceará, há outro ex-vereador denunciado pelo mesmo crime.

Quixadá (CE) - a investigação apura áudio de vereador cobrando o depósito de parcela do salário de uma assessora.

Sobral (CE) -   ano passado, o Ministério Público abriu inquérito contra um vereador de Sobral, suspeito de recolher o salário de seus assessores. Um dos funcionários tinha salário de R$ 3,5 mil, mas ficava apenas com R$ 1 mil. O dinheiro era devolvido em espécie, entregue à esposa do parlamentar.

Lorena (SP) - uma ex-assessora de um parlamentar teria sido obrigada por ele a repassar metade do salário. O filho do vereador teria ameaçado a funcionária. Outros dois assessores trabalhavam em comércios da família do parlamentar, suspeitos de também “rachar” a remuneração. Em meio à investigação, os assessores foram exonerados. O vereador foi indiciado por concussão e coação.