Análise do estado da árvore foi um pedido do padre Dario que afirmou não ter pedido a retirada do vegetal
O Grupo Imbiara de Comunicação volta a falar da árvore situada na rua Abdanur Elias, em frente à capela do bairro São Pedro. Após ouvir o promotor Márcio de Oliveira Pereira e a Marlene Apolinário, que representou os moradores, a reportagem colheu os depoimentos do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Araxá (IPDSA) e do padre responsável pela paróquia, Dario Palacio. O instituto defende o corte da árvore após a elaboração de um laudo que apontou pela necessidade do procedimento. Conforme afirmado pelo IPDSA à reportagem, a árvore se encontra dentro da área da igreja.
De acordo com a chefe de Divisão do Meio Ambiente do IPDSA, Roberta Neves, o instituto verificou como estava a árvore depois de pedido do padre Dario Palacio para a Secretaria de Serviços Urbanos. “A gente viu que é uma árvore com vários anos de vida, de grande porte. A copaíba é uma árvore específica para áreas de preservação, áreas verdes, ou seja, locais onde a árvore realmente terá um grande espaço para crescer. Ali é uma árvore totalmente urbanizada e cimentada. O cimento, ali ao lado do tronco, impede o crescimento saudável das raízes e isso pode trazer um risco”, pontua a chefe da Divisão de Meio Ambiente, Roberta Neves.
A chefe da Divisão de Meio Ambiente, Roberta Neves. Foto: Alex Sander Xexeu/Portal Imbiara
Roberta relata também outros pontos detectados pelo laudo após análise da condição real da espécie da natureza. “Ela possui um grau de inclinação de mais de 30% em direção a via. A gente viu a presença de liquens no tronco e de outros fungos e o que mais nos preocupou foi a presença de uma cratera no tronco com mais de 70 cm de profundidade e sinais de cupins. Deixando claro que toda essa análise foi feita baseada em uma ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), uma norma técnica específica para análise de risco de queda de árvore baseada nisso que o IPDSA sugeriu o corte da árvore”, acrescenta.
Registro feito pelo padre Dario Palacio mostra galhos que caíram da árvore. Foto: Padre Dario Palacio
Segundo o padre Dario, da capela São Pedro, por conta da queda de galhos em maio e que antecedeu a realização da festa em louvor ao São Pedro, o pároco pediu ajuda para os órgãos competentes para verificar o que poderia ser feito, mas nunca solicitou a retirada da árvore. “Eles constataram que a árvore estava bastante danificada. Quem entra dentro da igreja percebe na raiz dela uma rachadura bastante grande e apodrecida. A árvore está oca. Isso não quer dizer que eu tenha dito que a árvore precisa ser que retirada por um querer meu. Isso quem decidiu sobre a retirada da árvore foram os órgãos públicos”, reforça o padre.
O padre da capela do bairro São Pedro, Dario Palacio. Foto: Caio César/Portal Imbiara
Para o pároco que segue a conclusão do laudo do IPDSA, a manutenção da árvore representa um grande risco para a população por causa da existência de dois galhos. “Um que está bem deitado com tendência de cair para a creche, e o outro galho está pendendo pata a igreja. Se esse galho for cortado, a árvore não tem sustentação. Para mim, tira ou não tira não é problema meu. O problema é que se cair a árvore, ela está dentro da propriedade de uma paróquia que é da arquidiocese. Nem a arquidiocese e nem eu temos condições de pagar uma indenização de uma pessoa ou de um dano material”, relata o padre.
IPDSA, padre e moradores aguardam um posicionamento do Ministério Público para a resolução desse problema da árvore. Por enquanto, a árvore segue no local após determinação judicial e contraria a decisão final do IPDSA que recomenda o corte do vegetal. Mais sobre essa questão, o internauta acompanha nesta terça-feira (21) no programa Imbiara Notícias, da Rádio Imbiara 91,5 FM.
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