Instituição acumula 30 ações trabalhistas que somam cerca de R$ 2 milhões
Prédio onde funcionou a Associação de Assistência à Pessoa com Deficiência de Araxá (FADA) infelizmente vai a leião no próximo dia 17 de julho. Uma nova diretoria tinha esperanças em realizar a quitação das dívidas para recomeçar, mas isso não será possível.
Em entrevista a Rádio Imbiara na manhã desta quinta-feira, o advogado respónsável pelos trâmites judiciais da FADA, Walter Gustavo Ferreira, disse que diversos recursos foram utilizados e que os processos trabalhistas geram a venda toral do patrimônio da insituição. “A verdade é que, desde quando essa nova direção assumiu, ela busca formas de voltar com o funcionamento da FADA. De uma forma bem pragmática, se nós não conseguíssemos captar recursos para quitar os valores que estão sendo cobrados na justiça trabalhista e o prédio fosse a leilão, isso sim significaria o fim da instituição, que ajudou tanto a pessoa com deficiência quanto a pessoa idosa. Então, sim, o leilão ocorrendo, a FADA provavelmente fechará suas portas", disse.
Em outubro de 2020, a FADA ficou sob intervenção judicial, tendo a diretoria e o conselho fiscal afastados diante das investigações da operação Malebolge da Polícia Civil e denúncia apresentada pelo Ministério Público. Na época a interventora Cristiane Gonçalves Pereira foi nomeada, posteriormente ao período de intervenção foi realizada a eleição de uma nova diretoria que assumiu a instituição.
Advogado respónsável pelos trâmites judiciais da FADA, Walter Gustavo Ferreira. Foto: Caio César
"O leilão tem data marcada para o dia 17 de julho, às 14h da tarde, pelo Sistema Eletrônico do próprio Tribunal Regional do Trabalho. Como a FADA foi encontrada em estado de abandono físico e jurídico, mostra que não há muita coisa a fazer. Hoje, nós temos cerca de 11 processos sem recurso, pois já estão na fase de execução, no valor de R$ 550 mil. Além disso, há outras 30 ações trabalhistas que somam cerca de R$ 2 milhões. Lembrando que não é intenção da instituição não pagar esses funcionários, visto que a FADA ficará sem nenhum patrimônio" lamenta.
O advogado ainda disse que conversou com a presidente da instituição Cota, que também continua buscar recursos para pagamento das ações trabalhistas judiciais. Há duas semanas, conversei com a Cota, e a FADA é quase uma filha para ela. Ela vê com muita tristeza a situação e está buscando recursos para quitar essas dívidas junto às empresas e instituições. Infelizmente, há muitas certidões de débitos, e com isso fica inviável oferecer uma ajuda.”
A Fada que já tinha uma dívida continuou apresentando problemas financeiros e principalmente trabalhistas, mesmo com a nova diretoria. Em 2022, a coordenação da Fada afirmava não ter dinheiro para pagar o salário dos funcionários. Também foi dito pela Fada que aguardava verbas aprovadas de Termos de Fomento, suspensas devido a instituição não prestar contas mensal, tendo ainda recebido cinco parcelas de R$39.959,33 da Prefeitura.
A então diretoria abandonou a instituição e trancou as portas em meados de 2022 sem ao menos informar os pacientes ou o Ministério Público, que disse ao Portal Imbiara anteriormente não ter sido informado ou formalizado sobre o fechamento da instituição. Leia mais.
Em 2023 o juiz de Direito Renato Zoain Zupo, inocentou Maria da Conceição (Cota) e outros envolvidos na investigação referente à Ação Penal movida pelo Ministério Público sobre a Malebolge. Leia mais.
Cota no dia 7 de novembro convocou os associados da instituição para uma Assembleia, realizou a eleição e posse de uma nova diretoria, e na última sexta-feira (10) a nova diretoria esteve no prédio abandonado pela antiga gestão para analisar e registrar a situação do local.