Candidatura foi protocolada pelo Governo de MG na Unesco; resultado final será anunciado em dezembro deste ano
Durante entrevista concedida ao Grupo Imbiara de Comunicação, o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Otávio Maia, presente na Expoqueijo Brasil, em Araxá, falou sobre a importância do Queijo Minas ser considerado um patrimônio imaterial da humanidade. O prêmio da Unesco visa proteger e promover a diversidade cultural e as tradições vivas transmitidas de geração em geração. O Governo de Minas Gerais protocolou a candidatura do produto na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O resultado final do pleito será revelado em dezembro deste ano.
A lista de Patrimônio Imaterial da Humanidade foi criada em 2008 e inclui manifestações culturais como danças, músicas, festivais, rituais, artesanato, culinária, entre outros. Alguns exemplos conhecidos incluem o tango da Argentina e Uruguai, a dieta mediterrânea, o flamenco da Espanha, o Carnaval do Brasil e o Fado de Portugal.
O presidente da Emater-MG, Otávio Maia. Foto: Caio César/Portal Imbiara
Otávio explicou que a candidatura se refere ao modo de fazer o Queijo Minas Artesanal, assunto destacado na França durante a última semana em uma ação de promoção e divulgação deste pleito. “Esperamos que a Unesco, por meio dos seus delegados, representantes de todo o mundo, nos conceda essa chancela, que vai valorizar ainda mais o nosso queijo em nível mundial. Seria o primeiro produto típico da área de lácteos a ter esse reconhecimento global. Temos uma boa expectativa de que, até dezembro, conseguiremos mais esse título para os nossos queijos artesanais de Minas”, enfatiza o presidente da Emater.
De acordo com as informações do site da Emater-MG, as articulações do Governo de MG em torno do projeto com a Unesco começaram em setembro de 2022, durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro, em Belo Horizonte. Posteriormente, entre o fim de novembro e o início de dezembro, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), promoveu os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal na 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em Rabat, no Marrocos.
“Todo o levantamento de informações é elaborado em um dossiê. Então, há etapas de conscientização e divulgação; tudo isso foi feito. Agora os delegados da Unesco se debruçam sobre toda essa documentação e esse histórico. Na assembleia agendada para o início de dezembro, eles decidirão se concedem ou não esse título para o nosso pleito”, acrescenta Maia.
Queijos de variadas cores e diversos tamanhos podem receber reconhecimento mundial com a chancela da Unesco. Fotos: Caio César/Portal Imbiara
Para o presidente da Emater, o modo de fazer o queijo artesanal é bastante especial. “Nós, que gostamos de fazer o nosso queijo e apreciamos o nosso queijo artesanal, estamos vendo ele ser reconhecido em nível mundial, dando exemplo para a Plataforma Mundial de Gastronomia, elegendo nosso queijo como o melhor do mundo, com vários queijos artesanais premiados nos principais concursos mundiais de qualidade do queijo."
Maia reitera que o reconhecimento internacional é uma forma de reforçar cada vez mais uma tradição tipicamente mineira. "É um modo típico de fazer o queijo, o uso do leite cru, do pingo, aquela maturação, aquele cuidado, aquele carinho e o terroir (termo francês que se refere ao conjunto de fatores ambientais e culturais que influenciam as características únicas de um produto agrícola) de cada uma das regiões caracterizadas, sendo uma delas aqui de Araxá. Trazemos isso com muito carinho, levando toda essa informação e todo esse trabalho como uma verdadeira promoção do desenvolvimento das famílias envolvidas, valorizando ainda mais esse produto e melhorando a qualidade de vida de todos”, celebra o presidente da Emater-MG, Otávio Maia.
