Convidado especial revive marcos da carreira e destaca o poder da notícia na construção da identidade local
O programa Conexão Imbiara Economia e Negócios, da Rádio Imbiara 91,5 FM, foi palco de um reencontro emocionante e cheio de memórias. Desta vez, a voz que tantas vezes entrevistou e noticiou virou pauta: o jornalista José Antônio Luiz Filho foi o convidado de honra para uma conversa repleta de afeto, história e gratidão na atração comandada nesta quinta-feira (19), feriado de Corpus Christi, por Sílvio Gonçalves e Natália Fernandes.
Aos 66 anos, José Antônio é reconhecido como uma das vozes mais respeitadas do jornalismo araxaense. Natural de Santa Rosa da Serra, ele se define como um araxaense de coração — e assim é reconhecido por todos que o acompanham ao longo de mais de quatro décadas de atuação profissional. Técnico em contabilidade por formação, escolheu o jornalismo como missão. Sua trajetória é marcada por passagens significativas pela Rádio Imbiara 91,5 FM, pelo Jornal Interação (onde mantém uma coluna fixa) e pelo Blog do Zé Antônio, com postagens diárias na internet e nas redes sociais.
Uma trajetória construída com paixão
O bate-papo começou com uma homenagem do apresentador Sílvio, que fez questão de lembrar da longa parceria com José, tanto no rádio quanto na época em que atuava no marketing do Grupo Zema. “José, você foi o responsável direto por eu estar aqui hoje. Em 2016, logo após minha saída do Grupo Zema, você me convidou para participar do programa jornalístico ao lado do saudoso Oredis Santos. Aquela oportunidade abriu uma nova porta para mim”, afirmou Sílvio, emocionado.
A conversa mergulhou em lembranças que cruzam o jornalismo, o esporte e a vida empresarial de Araxá. Um dos episódios mais marcantes citados foi a articulação que trouxe o atacante Túlio Maravilha para o Araxá Esporte, ocasião em que o jogador marcou o que seria seu milésimo gol. “Foi um momento histórico, amplamente noticiado em todo o Brasil, e teve o dedo do Sílvio por trás. Foi ele quem viabilizou a vinda do Túlio”, relembrou José Antônio.
Do Fausto Alvim ao Correio de Araxá
José também revisitou seu início no rádio, ainda como repórter de campo, quando por acaso substituiu um narrador no segundo tempo de um jogo — e nunca mais largou o microfone. “Me lembro como se fosse hoje, quando peguei o microfone pela primeira vez no estádio Fausto Alvim. Aquilo foi decisivo na minha vida”, disse ele, citando também o apoio que recebeu de colegas e ouvintes desde o início.
A entrada no mundo do jornalismo impresso também teve um começo simples e marcante. Trabalhando como office boy na Max Newmann, ele frequentava a gráfica do jornal Correio de Araxá e, certo dia, chamou a atenção de Atanagildo Cortes, um dos editores, que o desafiou a cobrir o torneio leiteiro da Exposição. A matéria, redigida a lápis, foi publicada na íntegra, marcando o início de uma longa relação com a notícia.
Referência local e voz do cotidiano
Mais do que um jornalista, José Antônio é um observador atento da cidade e um contador de histórias que se entrelaçam com o dia a dia da comunidade. O carinho dele por Araxá e pelos moradores da cidade transparece em cada palavra, em cada publicação e, principalmente, em cada gesto de apoio ao jornalismo local.
“José Antônio é uma daquelas figuras que transcendem o microfone. Ele inspira, acolhe e transforma a notícia em memória viva da cidade”, destacou Natália Fernandes, também apresentadora da emissora.
Zé comanda atualmente o programa Revista Semanal, aos sábados, das 8h às 11h, na Rádio Imbiara 91,5 FM, com conteúdos de conhecimentos gerais, músicas do passado, jornalismo e a participação dos ouvintes.
Venda com simplicidade
Sobre o trabalho de vender publicidade para rádio, jornal e redes sociais, ele destacou a importância da empatia:
“Até os 'nãos' que eu recebo vêm com tanta simpatia que me alegram. Tem gente que não fecha, mas conversa comigo e me conta coisas que viram notícia. Eu bato escanteio e corro pra cabecear”, brinca.
Para ele, vender “letras e palavras” exige mais do que estratégia: é preciso construir relações. E se tiver que escolher, diz que a rádio ainda é a mais fácil de vender, pela credibilidade da Imbiara. Já o jornal, segundo ele, “não deve ser tomado por comerciais”, pois “o espaço é da notícia”. Quanto à internet, ele confessa ter resistido no início, mas hoje reconhece o potencial de alcance:
“Publica-se algo e, em minutos, tem araxaense do Paraguai ao Mato Grosso comentando. É um avanço que a gente tem que respeitar.”