Tema foi discutido em programa de rádio que também abordou saúde, legalidade e bem-estar das aves mantidas como pets
A gripe aviária voltou ao centro das atenções no Brasil após a confirmação de um caso da doença em uma granja de Santa Catarina. Apesar de não haver registros em humanos, a repercussão tem preocupado tutores de aves domésticas e silvestres. O tema foi um dos destaques do programa Vida de PET desta sexta-feira (20), apresentado por Edvaldo Gomes e pelo médico-veterinário Emílio Borges, que recebeu o empresário Erick Clayton de Carvalho, proprietário da Rural PET, e o gerente Thiago Ramos.
Durante o programa, os convidados debateram os cuidados necessários com aves mantidas como animais de estimação, entre elas calopsitas, papagaios e até galinhas, cuja presença nos lares brasileiros tem aumentado.
“O pessoal acha que é só dar comida e água, mas cuidar de uma ave exige muito mais. A vermifugação, por exemplo, ainda é pouco realizada, mas é essencial”, explicou o empresário Erick Clayton. Ele destacou também a importância da alimentação adequada. “A nutrição é a base de tudo. Não adianta dar suplemento caro se a ração for de má qualidade”, alertou.
O médico-veterinário Emílio Borges reforçou o alerta quanto às doenças mais comuns em aves, como salmonelose, coccidiose e a própria gripe aviária. Segundo ele, a atenção à higiene e à qualidade dos alimentos é fundamental. “Aves bem cuidadas são mais resistentes e vivem mais. É um compromisso do tutor com o bem-estar do animal”, disse.
O empresário e proprietário da Rural PET, Erick Clayton de Carvalho. Foto: Caio César/Portal Imbiara
Outro ponto central da discussão foi a legalidade da posse de aves silvestres. Embora ainda se vejam papagaios e araras em quintais, a captura de animais da natureza é proibida. A única forma de adquirir legalmente esses animais é por meio de criadouros registrados e autorizados pelo IBAMA.
“Não existe legalizar um animal capturado ilegalmente. A legalização começa na origem, no nascimento do animal dentro de um criadouro autorizado”, explicou Erick. Ele também lembrou que a venda de aves silvestres deve sempre ser acompanhada de nota fiscal e, em alguns casos, de chip de identificação.
O gerente da Rural PET, Thiago Ramos. Foto: Caio César/Portal Imbiara
A informalidade no comércio de animais é um dos fatores que alimentam o tráfico de fauna silvestre — crime ambiental que pode levar à prisão. Para combater esse problema, petshops da região, como a Rural PET, firmam parcerias com a Polícia Ambiental e o Corpo de Bombeiros. “Quando um animal é resgatado em situação de risco ou de maus-tratos, ele passa por atendimento veterinário e é encaminhado a centros de reabilitação, como os de Uberaba e Uberlândia”, explicou Thiago Ramos.
Segundo Erick, a procura por aves como pets tem crescido em Araxá, embora os animais venham de criadores localizados em outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Goiás. “A gente trabalha com frete aéreo e toda a documentação legal para garantir que o animal chegue bem e com procedência”, afirmou.
A mensagem final deixada pelos participantes foi unânime: quem deseja conviver com aves ou animais silvestres deve fazê-lo com responsabilidade, respeito à legislação e compromisso com a saúde e o bem-estar dos bichos. “Mais do que moda, ter um animal é um ato de amor. Mas precisa ser consciente”, concluiu Erick.