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Postado em: 06/09/2023 - 17:18 Última atualização: 11/09/2023 - 16:58
Por: Bruna Isabella Silva / Portal Imbiara

CPI da Agricultura realizou duas oitivas nesta semana na Câmara Municipal de Araxá

Fazendeiro apresentou comprovantes de transferência bancária para engenheiro de obra na casa do prefeito de Araxá

Faixada da Câmara Municipal de Araxá Foto: Arquivo Portal Imbiara

Nesta semana a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na Secretaria de Agricultura convocou duas pessoas na condição de testemunha para prestar depoimentos, as duas testemunhas foram citadas em oitivas anteriores, a primeira aconteceu na segunda-feira (4) e ouviu Silmar Barbosa da Silva, operador de máquinas e funcionário do empresário Branco também citado em outras oitivas, na terça-feira (5) a CPI ouviu Luiz Antônio Ribeiro Borges, fazendeiro que aparentemente pagou engenheiro responsável por obra na casa do prefeito de Araxá.

A primeira oitiva que ouviu Silmar Barbosa, conhecido como 'Bin Laden' aconteceu na segunda-feira (4). O advogado do senhor Silmar apresentou uma liminar para que este pudesse ficar em silêncio. “Com relação ao fato da testemunha que será inquirida se ela foi conforme a CPI mencionou durante a investigação inquirida como testemunha pela autoridade policial, mas a defesa não tem conhecimento se ela foi indiciada porque nós sabemos que foram 19 pessoas indiciadas pela imprensa local, mas a defesa não teve acesso ao relatório do delegado, não dá para saber se ele (Silmar) saiu da qualidade de testemunha e passou a ser investigado até porque está sendo investigado o crime de falsidade ideológica, segundo a imprensa local e o senhor Silmar assinou documentos, então qualquer palavra que ele falar aqui pode gerar uma autoincriminação para ele”, disse o advogado defesa. 

Das perguntas, Silmar apenas afirmou conhecer um proprietário de fazenda, mas ficou em silêncio quando questionado se já havia prestado serviço nesta fazenda, não respondeu quando questionado sobre serviços executado em duplicidade pelo Cimpla e de forma particular, ficou em silêncio quando questionado se tinha conhecimento sobre pagamentos efetuados ao 'Branco', disse não ter ouvido comentários de pagamentos feitos através do Branco para pagamentos de obra na casa do prefeito, afirmou que trabalha com motoniveladora.

Silmar ainda negou outros questionamentos e na maioria das perguntas ficou em silêncio.

Acompanhe a oitiva completa:https://www.youtube.com/watch?v=P0rb6Bs9N3U

Na terça-feira (5) foi ouvido o fazendeiro Luiz Antônio, ouvido como testemunha na investigação da Polícia Civil, segundo ele foi chamado a prestar depoimentos porque em 2021 de novembro a dezembro contratou serviços do empresário “Branco”. “Eu contratei uma máquina escavadeira para fazer uns trabalhos para mim na fazenda que eu tenho em Perdizes, eu precisava fazer os bolsões, estava na época de plantio, eu vi uma máquina trabalhando ao longo da estrada vicinal que conduz a minha fazenda, perguntei ao operador se ele poderia fazer esse serviço ele me deu um telefone que contatei e a pessoa mandou lá essa máquina e eles trabalharam para mim lá, entre novembro e dezembro, o apelido do dono da máquina era Branco, esse Branco eu estive com ele somente uma vez", afirmou Luiz.

Segundo as informações repassadas na oitiva o pagamento do serviço foi uma nota no valor de R$20 mil feito mediante depósito em conta bancária em nome de Renaldo Gomes de Moura e outro pagamento de R$54.800,00 que foi via transferência bancária para o senhor Renaldo Gomes de Moura. “Eu até achei que era o nome dele (Branco), eu só conhecia ele por Branco”, afirmou.

Renaldo é o engenheiro que realizou uma obra na casa do prefeito de Araxá e que também já prestou depoimentos à CPI onde afirmou que recebeu pagamentos de terceiros para a execução da obra na residência de Robson Magela.

Acompanhe a oitiva completa: https://www.youtube.com/watch?v=ZZItbdG3t3Y

Todas as matérias sobre as oitivas da CPI, podem ser conferidas na coluna de Política do Portal Imbiara. AQUI

Investigação da PCMG

A investigação da Polícia Civil foi feita na Secretaria de Agricultura de Araxá, iniciou-se em setembro de 2022 e apura desvios que podem chegar na ordem de pelo menos R$ 4 milhões. A investigação contou com oitiva de 40 pessoas e análises periciais, os suspeitos teriam lesado os cofres do município por meio de pagamentos de serviços não prestados, pagamentos em duplicidade, superfaturamento de horas trabalhadas, desvio de combustível da prefeitura e recebimento de vantagem financeira para beneficiar empresas.

CPI

A CPI criada apresenta como justificativa a gravidade da situação exposta pela “Operação Ourímetro”, desencadeada pela Polícia Civil, bem como os representantes da Casa legislativa merecem esclarecimentos sobre possíveis desvios de finalidade e lesões ao erário que, em tese, estariam acontecendo. O documento de protocolo da CPI ainda ressalta que a sociedade Araxaense necessita que dentro da esfera de atuação dos vereadores sejam propostas soluções adequadas