Servidores da prefeitura e um empresário foram ouvidos na quinta-feira (14)
Na última quinta-feira (14) quatro pessoas foram ouvidas na CPI da Agricultura na Câmara Municipal de Araxá, o primeiro a ser ouvido foi o secretário de Fazenda do Município, Arnildo Antônio de Morais, que foi convidado devido a um áudio apresentado pelo ex-secretário de Agricultura Farley de Aquino.
Arnildo informou que prestou depoimentos à Polícia Civil na investigação Ourímetro devido ao mesmo áudio apresentado na CPI. O áudio é uma orientação que o prefeito passava ao então secretário Farley. “Por isso que falei com o Arnildo para ele ver a questão orçamentária, já falei com ele, ele está esperando você apresentar o plano de trabalho com o que você precisa para ele tentar remanejar e ver o que ele pode fazer, é por isso que eu te falei para você dar atenção para aquela maquininha”, diz o prefeito na mensagem.
O áudio foi encaminhado em período de final de ano, onde há muita chuva e os trabalhos nas áreas rurais reduzem a frequência. Arnildo esclarece que nesses períodos de fim de ano é comum a execução de dotação orçamentária visto que as contas não podem fechar com sobras, é sempre procurado para verificar as possibilidades dentro do orçamento, porém sua Secretaria não tem responsabilidade com contratos de outras Pastas.
“Especificamente nessa fala eu não me lembro, mas pelo período era comum a maioria dos secretários até mesmo o prefeito nos procurar para ver a questão da execução do orçamento como é final de ano, normalmente a gente em período para suspender a realização de despesa, fazer um controle maior para o fechamento do exercício, quero crer que pela rotina da época a maioria dos secretários nos procuravam para ver se tinha como executar mais uma tarefa”, esclareceu Arnildo.
O secretário se comprometeu a entregar para a CPI os documentos referentes a suplementações realizadas na época.
A segunda pessoa a ser ouvida foi Sérgio Murilo Andrino, empresário e prestador de serviços pelo Cimpla, disse que foi ouvido na Polícia Civil, apresentou relatos de como era executado o trabalho e explicou o porquê sua máquina possuía dois horímetros.
Sobre os equipamentos que tinha prestando serviço no Cimpla, Sérgio diz: “Era uma máquina e uns caminhões, minha prestação de serviço lá eram mais caminhões, aí depois que surgiu a oportunidade de colocar uma máquina eu consegui colocar uma máquina lá”.
Segundo os relatos sobre a forma de anotação das horas trabalhadas para que o serviço fosse pago pelo Cimpla. “O operador saia lá do meu depósito da garagem antes das 7h um pouco e retornava entre 17h e 16h30, ele passava para mim já com a assinatura do fiscal e eu depois fazia a parte de área deles”. Sérgio dizia que os fiscais durante o tempo que prestou serviço foi o Ricardo e depois passou para a Michele.
Sobre ter dois horímetros em sua máquina relatou. “Quando começou o contrato o óleo diesel ficava por conta da prefeitura, até quando o caminhão estragava eu ia dar manutenção nos caminhões a máquina ficava na frente de serviço funcionando enquanto o caminhão ia descarregar o material em algum local na fazenda, como o óleo diesel era por conta da Prefeitura na época ficava dessa forma, aí teve uma reunião lá no Cimpla que eles falaram que o óleo diesel a Prefeitura não ia fornecer mais, como eu tinha esse conhecimento que a máquina ficava parada funcionando na frente de serviço eu peguei e coloquei o horímetro para não levar o prejuízo que já era grande porque não teve reajuste”, explicou.
Posteriormente foram ouvidos dois funcionários da prefeitura que trabalham no comboio e realizavam os abastecimentos das máquinas que estavam nas áreas rurais trabalhando. Vicente de Paula Bernardo e Ronaldo Egídio Furtado, afirmaram que tomaram conhecimento de possíveis irregularidades quando a investigação policial aconteceu.
Disseram nunca ter visto nada de anormal na execução dos serviços, explicaram como era controlado e verificados os trabalhos mediante notas.
“Essas notas quando eu passava para as pessoas determinada rural e urbano, quando foi um dia eu cheguei na portaria e me deparei com as notas, tudo que eu tratava com muita responsabilidade, estava tudo jogado dentro de uma gaveta e é de conhecimento da Polícia Civil, tiramos foto tenho até a foto no meu celular”, pontuou Vicente sobre a única irregularidade que presenciou e comprometeu-se a entregar a foto para CPI.
Foi anunciado que na próxima quarta-feira (20) já estão oficiados e marcadas a oitiva do senhor Reginaldo Alves da Silva, conhecido como ‘Branco’, para às 10h, e do prefeito de Araxá Robson Magela para às 14h.
A CPI deve notificar mais três pessoas para serem ouvidas na próxima segunda-feira (18).
Acompanhe as oitivas completas: https://www.youtube.com/@CamaraMunicipaldeAraxa
Todas as matérias sobre as oitivas da CPI, podem ser conferidas na coluna de Política do Portal Imbiara. AQUI
Investigação da PCMG
A investigação da Polícia Civil foi feita na Secretaria de Agricultura de Araxá, iniciou-se em setembro de 2022 e apura desvios que podem chegar na ordem de pelo menos R$4 milhões. A investigação contou com oitiva de 40 pessoas e análises periciais, os suspeitos teriam lesado os cofres do município por meio de pagamentos de serviços não prestados, pagamentos em duplicidade, superfaturamento de horas trabalhadas, desvio de combustível da prefeitura e recebimento de vantagem financeira para beneficiar empresas.
CPI
A CPI criada apresenta como justificativa a gravidade da situação exposta pela “Operação Ourímetro”, desencadeada pela Polícia Civil, bem como os representantes da Casa legislativa merecem esclarecimentos sobre possíveis desvios de finalidade e lesões ao erário que, em tese, estariam acontecendo. O documento de protocolo da CPI ainda ressalta que a sociedade Araxaense necessita que dentro da esfera de atuação dos vereadores sejam propostas soluções adequadas.
