Crime ocorreu entre julho e dezembro de 2021 na Fazenda Tamboril, localizada a 69 quilômetros de Araxá
Um produtor de carvão vegetal da zona rural de Tapira, no Alto Paranaíba, Minas Gerais, foi condenado a seis anos e oito meses de prisão por submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão. O caso ocorreu entre julho e dezembro de 2021 na Fazenda Tamboril, situada a 69 quilômetros de Araxá. Além da pena de prisão, o condenado terá que pagar uma indenização de R$ 39.320,47, que será utilizada em programas voltados para o combate ao trabalho escravo.
Conforme relatado pelo Ministério Público Federal (MPF), que conseguiu a condenação, seis trabalhadores foram encontrados em condições extremamente precárias na fazenda onde o carvão vegetal era produzido. A situação foi revelada durante uma fiscalização conjunta da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (SRTb/MG) e da Procuradoria Regional do Trabalho da 3ª Região.
A inspeção revelou que cinco homens e uma mulher trabalhavam na carvoaria sem qualquer tipo de equipamento de proteção, sem acesso a água potável e sem primeiros socorros. As condições de alojamento também eram deploráveis: quatro trabalhadores viviam em um barraco de alvenaria com cobertura de amianto próximo aos fornos, enquanto um casal residia em um barraco de lona. Ambos os tipos de alojamento careciam de instalações sanitárias, energia elétrica, cozinha e ventilação adequadas.
Além das condições insalubres, os trabalhadores enfrentavam a presença de animais peçonhentos, como escorpiões e cobras, tanto nos locais de trabalho quanto nos alojamentos. A água utilizada na carvoaria vinha de uma fonte natural a 300 metros do local de moradia e estava frequentemente indisponível, agravando ainda mais as difíceis condições enfrentadas pelos trabalhadores.